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O que é o TPB?

A VIDA À BEIRA DO ABISMO

Matéria da Revista VEJA de 1° de Julho de 2009


É assim que se sentem os pacientes com distúrbio fronteiriço da personalidade. Acossados por uma sensação de desamparo que lhes parece inextinguível, eles têm de lutar bravamente para adentrar os limites da nova normalidade.

Ana, de 26 anos, é uma jovem de feições delicadas. A pele alva contrasta com os cabelos escuros, lisos e curtos. Ela é do tipo que sempre busca as palavras exatas para expressar suas opiniões e sentimentos. Domina quatro idiomas e estuda numa das melhores universidades do país. Bonita e inteligente, Ana seguiria um caminho sem relevos ríspidos, não fosse o abismo. Ele se abre à sua frente na forma de um vazio que a tudo engole, da sensação de abandono e do medo de perder os próprios contornos, aparentemente tão delineados. Ana sofre, e sua dor lhe parece inextinguível. Num ato de coragem, a jovem concordou em dar os depoimentos que constam desta reportagem:

- Já perdi a conta de quantas vezes tentei me matar. A situação mais séria data de quatro anos atrás. Minha mãe me encontrou desmaiada no chão do quarto, depois que tentei me enforcar. Aos 14 anos, me joguei na frente de um caminhão. Fui salva por um estranho que me puxou de volta para a calçada. Já cortei várias vezes os pulsos e, em outras, consumi quantidades exageradas de remédios. Para mim, a vida é uma obrigação.

Aos 20 anos, Ana foi diagnosticada com distúrbio fronteiriço da personalidade - é considerada uma borderline, para usar a terminologia em língua inglesa. Seus portadores têm imensa dificuldade em se incluir até mesmo nos amplos limites da nova normalidade. O Manual de Diagnóstico e Estatística de distúrbios mentais, o guia das doenças psiquiátricas da Associação Americana de Psiquiatria, caracteriza a doença com uma lista de nove sintomas: sensação constante de vazio; acessos injustificáveis de raiva; alternância constante e extrema de humor; relações interpessoais intensas e instáveis; comportamento impulsivo; idéias frequentes de suicídio ou automutilação intencional; episódios de paranóia; autoimagem instável; e esforços desmedidos para evitar um abandono verdadeiro ou imaginado. Nada, porém, define mais integralmente os fronteiriços do que a metáfora usada pela psicóloga americana Marsha Linehan, professora da Universidade de Washington e referência mundial no estudo da doença: "Eles são o equivalente psicológico dos pacientes vítimas de queimaduras de terceiro grau. Não tem nenhuma 'pele emocional' para protegê-los. O mais leve toque ou movimento pode causar-lhes muita angústia". È como se vivessem o tempo todo "imersos em tempestades emocionais que nunca se acalmam", escreve o psiquiatra e psicanalista israelense Yoram Yovell, no livro O inimigo no Meu Quarto - e outras Histórias da Psicanálise (editora Record).

O termo borderline para designar o paciente que sofre desse transtorno psiquiátrico foi usado pela primeira vez no fim da década de 30, pelo médico e psicanalista americano Adolph Stern (1878-1958). Acreditava-se, na ocasião, que seus portadores estavam na "fronteira" entre neurose e psicose. A definição do problema como um distúrbio de personalidade caracterizado por extrema instabilidade emocional e impulsividade foi consolidada entre as décadas de 60 e 70, por Otto Kernberg, psicanalista austríaco, e John Gunderson, psiquiatra americano. As estatísticas sobre a incidência dos fronteiriços na população variam de 2% a 6%. A levar em conta a poporção máxima, eles formariam um contigente semelhante aos dos que sofrem de transtornos da ansiedade, que ficam em terceiro lugar na lista dos distúrbios mentais mais comuns.

Com o aperfeiçoamento dos exames de imagens, foi possível verifcar que os fronteiriços apresentam deficiências no funcionamento de uma área do cérebro conhecida como lobo frontal. Localizada bem acima dos olhos, ela é responsável, entre outras funções, pela elaboração do pensamento e pelo planejamento das ações. Alterações nessa porção cerebral podem comprometer o juízo crítico e contribuir para o descontrole emocional. Mas, como nem todos os que exibem tais falhas no lobo frontal são fronteiriços , a conclusão é que as influências familiares e sociais são determinantes. Isso não significa que cada borderline tenha sido agredido ou negligenciado na infância. A combinação de uma criança detalhista com uma família perfeccionista, por exemplo, pode contribuir para a formação de um adulto que não consegue se sentir satisfeito com suas realizações , não conclui projetos e, assim, desenvolve uma sensação crônica de vazio - aspectos central do transtorno.

A sensação de abandono é comum a todos os fronteiriços. É como se reproduzissem continuamente o sentimento da criança pequena que teme a mais breve ausência dos pais - fonte de nutrição, afeto e amparo - como uma perda eterna. "Em certo sentido, a criança cresce e aprende a ser indépendente quando consegue procurar a imagem dos pais dentro de si, e não à sua volta", diz Yovell , em O Inimigo no Meu Quarto. A partir do momento em que ela não consegue realizar essa interiorização, está dado o primeiro passo para a formação de um adulto doentimente carente. Às vezes, no entanto, o sentimento de rejeição é fruto de um abandono real.

No desespero para não se sentir desamparado, o fronteiriço costuma "grudar" em seus amigos, médicos, cônjuges ou parentes - sufocando-os e, consequentemente, afastando-os. Como o fronteiriço só consegue se definir a partir do outro, ele muda constantemente de área de estudo, religião e estilo de vida, ao sabor das influências dos amigos ou familiares. "Assumir a identidade de pessoas próximas é uma tentativa de evitar a rejeição e o abandono que eles tanto receiam", explica o psiquiatra e psicoterapeuta Erlei Sassi, coordenador do Ambulatório Integrado de Transtornos de Personalidade e do Impulso do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse comportamento típico doborderline é semelhante ao do adolescente. Diz a psicóloga Jonia Lacerda, do Ambulatório de Família do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo: "È como se eles vivessem uma adolescência vinte anos mais longa do que as pessoas sem o transtorno". Vinte anos não é força de expressão. Por motivos ainda insondáveis, a partir dos 41 anos, boa parte dos pacientes tem atenuado não só esse como os demais sintomas que definem a sua condição. O problema, claro, é chegar até lá razoavelmente inteiro. Tamanha insegurança impede a construção de uma autoimagem de fato positiva. Diz Ana:

- Só consigo enxergar os meus defeitos. O reconhecimento das coisas que faço e tenho de bom (se é que há algo de bom em mim) tem de partir necessariamente dos outros. Enão pode ser qualquer um. Na faculdade, por exemplo, o aval de um professor só tem valor se ele estiver entre os mais conceituados. Se eu parar pra pensar, sei que isso é um absurdo, que impede que minha vida flua. Mas eu simplesmente não consigo evitar. Esse tipo de pensamento toma conta de mim e vai crescendo, crescendo...È um círculo vicioso infernal.

Para cumprir a obrigação de viver, é comum que o fronteiriço lance mão de aditivos. De acordo com um levantamento feito em 2008 pelo Instituto Nacional de Abuso do Alcool e Alcoolismo, dos Estados Unidos, 42% dos fronteiriços são dependentes de álcool e 30% abusam das drogas. Muitos não conseguem levar os estudos superiores até o fim. Boa parte não se casa ou é divorciada.

Devido ao fato de ser um transtorno de personalidade, ele pode ser confundido, no início, com um temperamento mais impulsivo. Por esse motivo, um paciente leva, em média, de cinco a dez anos para ser diagnosticado como fronteiriço. "Em geral, os doentes chegam ao consultório por causa de problemas decorrentes do transtorno - como abuso de álcool e drogas, depressão, automutilação ou bulimia", diz Geraldo Possendoro, psiquiatra e psicoterapeuta, professor da Universidade Federal de São Paulo. O diagnóstico só costuma ser fechado a partir dos 18 anos, quando a personalidade da pessoa já está razoavelmente definida. "Só assim os médicos conseguem ter certeza de que o comportamento errático não está cincunscrito à adolescência, com todas as suas turbulências emocionais e comportamentais", diz Fernanda Martins, psiquiatra e psicoterapeuta do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Ao contrário do que ocorria num passado não muito distante, hoje a doença tem tratamento. A questão é que os fronteiriços resistem muito aos mediamentos e ás terapias. Com a palavra, Ana:

- Eu só aceitei me internar e me tratar de fato depois que tentei me enforcar. Quando o médico me disse, de maneira bastante firme, que, no fundo, a tentativa de enforcamento era um pedido de ajuda, eu cedi. No fundo, o que me move é a esperança. E é essa esperança que me faz querer ficar bem, seguir na terapia e tomar a medicação. São oito comprimidos por dia - um de antipsicótico, três de estabilizador de humor e quatro de antidepressivo. Eu estou melhorando. Aos poucos, mas estou.

A relação que os fronteiriços estabelecem com seus médicos e psicoterapeutas é bastante peculiar. Eles agem o tempo todo cmo se estivessem testando a dedicação e a fidelidade de quem os trata. Durante a sua gravidez , a médica Fernanda, por exemplo, teve de ser cuidadosa para evitar que suas pacientes se sentissem preteridas. "Eu costumo dizer que o fronteiriço requer um profissional muito persistente", diz o psiquiatra e psicoterapeuta Sassi. E com um sangue frio de congelar nas veias. Certa vez, no meio da noite, ele atendeu o telefonema de uma paciente. Com voz tranquila, quase infantil, ela perguntou: "Doutor, a veia jugular fica do lado direito ou esquerdo do pescoço?". Os sinais de melhora às vezes são tão sutis que podem escapar ao profissional menos experiente. "Fico extremamente satisfeito quando um paciente me telefona pra dizer que está triste, em vez de chegar ao consultório com o braço marcado por cortes", afirma Sassi. "Ao me falar de sua tristeza, ele mostra que finalmente aprendeu a expressar seus sentimentos de maneira saudável." E, quem sabe, possa enveredar pelo caminho da nova normalidade, em que não cabe a ilusão da ausência completa de tormentos.


Tempestades Emocionais

§ vivem com uma constante sensação de vazio

§ Estabelecem relações interpessoais intensas e instáveis, marcadas, sobretudo, pela dependência em relação aos pais, amigos e médicos

§ Têm um medo incontrolável de ser abandonados

§ São impulsivos em demasia

§ Alternam constantemente o humor - e, na maioria das vezes isso ocorre sem nenhuma justificativa

§ São acometidos por acessos desmedidos de raiva e ódio. Uma leve frustração pode fazer com que eles partam até para agressão física.

§ Apresentam um comportamento autodestrutivo, marcado pela automutilação e pela ideia constante de suicídio

§ Têm episódios de desconfiança que beiram a paranóia

§ Têm uma autoimagem instável - veem-se como pessoas ora totalmente ruins, ora completamente boas


Todos por um

Um ano depois do início do acompanhamento médico e psicológico, a maioria dos doentes consegue controlar a instabilidade emocional e a impulsividade. O engajamento da família no processo é imprescindível.

Remédios - Os estabilizadores de humor, antidepressivos e antipsicóticos costumam ser usados concomitantemente. Eles amenizam a irritabilidade e o comportamento impulsivo. Também abrandam a depressão e a ansiedade e reduzem eventuais delírios persecutórios. Além de atenuar os sintomas da doença, a medicação é essencial para diminuir os riscos de suicídio e automutilação.

Psicoterapia - São duas as abordagens mais comuns. Na terapia cognitivo-comportamental, o paciente aprende a identificar e corrigir pensamentos e comportamentos que lhe são prejudiciais. Com recursos da psicanálise, a terapia psicodinâmica tenta fazer com que o fronteiriço reconheça e resolva conflitos antigos e, assim, se veja como indivíduo autônomo, no controle de suas emoções.

Terapia familiar - Em geral, a família trata o doente de forma infantilizada ou agressiva, o que reforça seu comportamento fronteiriço. Os pais costumam sentir-se culpados e impotentes. Cabe ao terapeuta desfazer a idéia de que eles são inteiramente responsáveis pela doença do filho e trabalhar para transformar as relações familiares.

perdas e danos

A partir dos 40 anos, boa parte dos fronteiriços costuma apresentar melhora. As tentativas de suicídio tornam-se mais raras e as relações pessoais ficam menos conturbadas. Até lá, no entanto, sem tratamento, os doentes acumulam muitos prejuízos, alguns deles indeléveis

75% se automutilam frequentemente

42% se tornam dependentes de álcool

30% abusam das drogas

10% cometem suicídio


A maioria não consegue levar os estudos até o fim

Boa parte não se casa ou é divorciada





17 comentários:

  1. Mto bom o site mostra como somos ou no meuvcaso so comhumor deprimido abcsss

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  2. Gosto deste blog, é informativo! Fui diagnosticada com TPB à uns 3 anos (mais coisa menos coisa), estou medicada, bem melhor, casei-me e vivo feliz com o meu marido. Mas olhem que sofri muito, nem sempre encontrei as melhores pessoas no caminho que percorri, aliás tinha tendência para atrair pessoas menos bem intencionadas devido a esse problema e à minha ingenuidade. Cheguei a ter comportamentos arriscados para mim e para os outros como por exemplo quando estava conduzindo, fechava os olhos por minutos e esperava que batesse ou tivesse um acidente, felizmente abria os olhos antes de acontecer alguma coisa. Magoava-me facilmente com as atitudes das outras pessoas, a mais pequena coisa e parecia que caia o inferno sobre mim. Estava sempre à espera da aprovação externa, o que é mau (ainda sou um pouco assim, mas a coisa está um bocado mais controlada). Um dia "explodi" e acabei sendo diagnosticada, o que acabou por ser bom, afinal o meu problema tinha um nome. Já não era uma ave assim tão rara! :)

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  3. Tenho lido muito sobre esse transtorno, estava buscando uma explicação plausível para o comportamento do meu marido, são trinta anos de casamento. Ele ontem fez 60 anos! claro que reconheço que ele não vai mudar, até por que ele não se reconheçe "transtornado", foram 22 empresas, em 22 ramos diferentes! Ele dá gargalhadas ao telefone com um estranho e em dois minutos está vociferando todo tipo de palavrão pq quebrou um copo, ou pq digo que precisamos conversar (conversa séria). Como tivemos 4 filhos (sim, ele é maravilhosamente sedutor) ele acabou sendo o meu quinto filho (o mais mimado, o preferido). Só agora estou me dando conta, depois de mais uma empresa falida, o nome de todos comprometidos (ele usou o nome até dos nossos filhos que são adultos) causando grande sofrimento e constrangimento a todos. Como apresentei a ele essa hipótese, agora me odeia, fala super mal de mim, está assediando outras mulheres e parece um adolescente no Facebook e o pior acredita que as pessoas que nem o conhecem são sinceras nas Redes Sociais, está provocando nossa separação, pois acredita que é muito amado pelos amigos do Face. Ele realmente é emocionalmente imaturo e infelizmente não se dá conta disso (60 anos! chega a ser ridiculo, constrangendo até nossos filhos com isso)...Eu, por amor (talvez de um traço border tbm rs), alimentei todas as crenças doentias dele...
    Bem, o recado que quero deixar a todos os borders: agradeçam todos os dias de suas vidas pelas pessoas que insistiram e insistem para que vcs busquem o equilibrio, elas são seus anjos da guarda e amam vcs de verdade, acreditem... olhem pra uma flor quando estiverem sufocados, ela com certeza vai ensina-los a respirar.
    T.

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  5. Boa noite! Tenho 20 anos e fui diagnosticado como border aos 17 anos! Por vezes me convenço de que realmente sou, outras vezes me questiono, uma vez que o psiquiatra fez o diagnóstico após poucas consultas! Sei que há algo de errado comigo.
    Reconheço que sou muito inteligente, sei verbalizar, sou talentoso, e posso até mesmo ser charmoso, ou sedutor! Mas ao mesmo tempo em que converso com uma pessoa, tenho por vezes a impressão de que estou a encantando, e por outras a sensação de que a pessoa está me achando um ridículo! Muitas vezes acho que as pessoas estão falando de mim, mesmo mantendo minha expressão inabalável, sofro muito! Pois as vezes acho que estão falando bem e tecendo elogios, e outras vezes acho que estão me ridicularizando. Minha família diz que sou dramático! E meu pai foi presente na minha vida, e eu digo pra todos que aceito isso, mas a verdade é que eu me sinto rejeitado por ele e pela família dele. Já cheguei a me cortar, mas isso não faz eu me sentir melhor, é uma coisa que não faço a anos! Faço uso de medicamentos controlados, tarja preta, as vezes por prazer e sem prescrição médica, as vezes com. Até mesmo quando estou "bem" abuso deles, pois me fazer fugir um pouco dessa realidade, dessa angústia e desse tédio que me invadem, e me dominam sem motivo aparente! Será isso um comportamento autodestrutivo? Já tentei suicídio 5 vezes, todas com doses excessivas de medicações potentes, como o Rivotril, que tomei 57 comprimidos e acordei no dia seguinte me sentindo MUITO inútil por não ser capaz nem de me matar! Fui internado duas vezes, uma delas por dependência química, e a segunda decorrente da tentativa de suicídio. A ultima internação foi voluntária, mas me senti bem com 6 dias na clínica e resolvi vir embora! Me humor oscila MUITO, coisas mínimas acabam com meu dia! Preciso muito ser elogiado, mas não por querer atenção, e sim porque eu reconheço que eu sou talentoso no meu trabalho, e acho que mereço ser reconhecido por isso. Não tenho nenhuma habilidade pra lidar com críticas negativas, mesmo que eu não diga nada, elas me cortam por dentro, e as vezes até fico secretamente com raiva da pessoa que as fez, mesmo sabendo que esta não fez por mal. Sou sexualmente promíscuo, e nem sempre tenho vergonha disso. Sinto uma carência enorme de ter um parceiro, mas sempre que encontro alguém me deparo com esses dois problemas: 1 - Não é bom o suficiente pra mim, não ME PREENCHE! 2 - Não sou bom o suficiente para a pessoa. Não sei meu problema é a aceitação. Só sei que preciso de ajuda. As vezes sinto que não me conheço. Se eu "topo o dedão do pé", eu quero morrer. Se alguém me elogia, quero viver. Se um amigo não faz algo que eu queira, quero morrer e o odeio! No instante seguinte eu passo a amá-lo. Faço planos para o meu futuro, planejo toda a minha vida, mas aí me vem o pensamento de que tudo isso vai demorar muito pra acontecer e eu sou ANSIOSO DEMAIS pra ESPERAR. E depois desse pensamento me vêm a idéia de que eu não preciso esperar, se eu não quiser. Acho, na verdade, que a única coisa que me mantém vivo é o amor que minha mãe tem por mim. Sofro em pensar no sofrimento que causaria a ela, e ela sempre fez tudo o que pode por mim, mesmo eu sendo frio as vezes com ela, mesmo gritando, ou esperneando, fazendo birras. Sou muito passional, não tenho meio termo. Ou estou alegre demais, entediado demais, triste demais, excitado demais, ansioso demais, frustrado demais. Tudo que sinto é em excesso. Nesse exato momento estou escrevendo e pensando se tomo de uma vez todos meus comprimidos de Midazolam e Amitriptilina, ou se espero isso passar. Sei que seu tomar, pode ser meu fim, mas é tentador a idéia de estar no controle da minha vida, pelo menos uma única vez... Sei lá... só estou precisando conversar, me escrevam: rafael.figueiredo@hotmail.co.uk

    Boa noite, e me desculpem se fui chato demais.
    Obrigado a você que teve paciência de ler o meu desabafo.

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    1. Rafael, podemos sim coversar, seria muito connstrutivo para ambos....

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    2. Oi Rafael, entendo perfeitamente e vivo diariamente quase td que vc relatou. Tenho uma filha de 18 anos diagnosticada TPB, ela faz terapia desde os 7 qdo o diagnóstico ainda era TDAH e ela se sente como vc, apesar de nunca tentar o suicidio. O que tenho pra te dizer como mãe é que sempre q vc se sentir mal tente se convencer de alguma forma ( sei q não sera facil) do amor incondicionl e gigante dela por vc!!! Tente se sentir amado e procure pensar q ela é feliz so por vc existir e q vc é sim realmente muuuuuuito importante pra alguém ( na vdd varias pessoas) e que ela seria incapaz de viver sem vc. Se agarre no amor dela para afastar essas ideias ruins, vc controla a propria vida SIM, e é capaz SIM, tenho ctz q muito inteligente tbem. Enfim tente com todas as forças se agarrar nesse amor, e lute por vc como ela faz. Minha filha, faltando 4 meses para terminar o 3 colegial não suportou mais ir pra escola e eu contra td e contra tds estou do lado dela apoiando e ouvindo. Meu marido não aceita isso apesar de ela estar fazendo um sistema do governo de provas sem frequencia para se formar e brigou comigo e com ela. Não fala mais com a gte. Mesmo assim não vou abandoná-la vou lutar junto com ela pq sei que ela vai vencer e a fase vai passar e tenho ctz q sua mãe , como vc disse, sempre esta a seu lado e luta por vc. Vc não esta sozinho NUNCA e quando alguém não te tratar bem ou não te reconhecer bom se afaste pq ela não é merecedora de vc. Não se molde pelos outros para ser amado. No caminho arduo da vida de vcs irão encontrar pessoas q realmente mereçam seu amor e amizade e esse privilégio so vcs tem pq essas pessoas são muito especiais. Enfim, por favor acredite em vc!!!!! Um abraço apertado. Eu acredito em vc e não se desfaça da minha crença so pq não te conheço hein! Ai ai ai. Bjs

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  6. Nathalia estou começando a ler seus posts e vídeos. Te conheci por causa serie Dupla identidade. Você foi inspiração para Ray. Sempre tive curiosidade sobre trantornos, mas estas curiosidades neste ultimos meses mudou de sentido porque meu atual psiquiatra não quer dizer meu diagnostico para que eu não me boicote. Sofro ansiedade e tenho crises depressivas, muitas vezes não me sinto amanda e feia. Uma psicologa disse que eu tera boder, outra disse q estava em duvida entre tag e bipolar, depois descartou bipolar. Uma psiquiatra disse que eu tinha tag. Me sinto incapaz e me saboto para que eu prove para mim mesma que sou incapaz e estou conseguindo ferrar comigo.Vivo ansiosa. taquicardia, agoniada e procastino e fico pior.. E quando tenho q enfrentar meus maiores medo falar em publico e escrever para um trabalho vomito até enfrentar . Acho que vão me dar zeero que vão zombarEstou atrasada bemm na faculdade, não consigo tomar meu remédio nas horas certas, acho que em algum momento meu namorado vai me deixar, me trair assim como pessoas me abandonaram ou morreram. Acho que ele não esqueceu a inesquecível ex q o traiu e mesmo assim ele só a esqueceu quando ela casou e namorou outras mas nunca entregou seu coração. Ele diz q agora entregou. Quem garante? Estou faltando muito ao trabalho. Acho o trabalho chato. Penso q me seria humilhante por tudo q lutei estudei morrer na paria, desistir e trabalhar em uma loja ser humilhada por quem me roubaram ou tem injeva de mim por estar melhor.Acordo não quero levantar, de viver. Pensei varias vezes durante este ano em me matar só não o faço por fé em Deus. E a pouco tempo me caiu a ficha q estou sozinha coisa q mais temia. Que morremos e nascemos sozinhos.Gostaria de viver em razão de mim.Ter uma auto estima alta. Me sentir poderosa, capaz, uma mulher indpendente. Eu vivia a razão dos outros mas depois de decepções de ver q eles olham para o seu umbigo .Já fiquei sem comer, chorar dias interios sozinha, o dia todo sem tomar banho depressão mesmo ninguém em puxa da cama, luta por mim, luta comigo e nem me levar comida. Tenho medo de ter outra crise depressiva destas e nunca mais me levantar. Sinto falta da minha mãe. Das pessoas q me amavam de verdade e moreram.Eu estou me auto destruindo. Eu estou perdendo de mim.Eu sou minha propia inimiga. A vida é dura e ainda tenho isso q não sei se tem cura ou não. Com o que estou lidando. Não tenho ajuda. Tenho que amadurecer. Tenho tricotolomania tbm para completar.E não acho meu cabelo legal.Minhas estrias celulite. Não tenho o rosto europeia e sim negro embora seja branca. Mas meu corpo atrai os hoemsn . as vezes me sinto uma carne passando. Não digna de amada mas comida Anonima confusa.

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  7. Nunca me cortei nem tentei me matar. Nem tenho personalidade fluida.Nunca fiz barraco.Sou até boazinha demais.A psicologa só diz para que eu enfrente meus medos todos q a ansiedade vai diminuir, mas com q força se a unico q tenho é para sobreviver embora eu queira viver.Estou me desleixando. Estou com cárie mas não tenho animo de escovar três vezes ao dia.Não uso óculos pq me acho feia e minha visão piorou.Mas ao mesmo tempo vivo colocando renew, protetor solar, cicatricure, chá verde, deixei de tomar refrigerante, procuro comr comida saldável.Já lantos anos por tantos anos que estu sem animo .Sem forças. Por favor comente o que escrevi.Esse é meu relacionamento mais duradoro com namorado. Nunca demorei mais q 4 meses pq quando achava algo parecido com meu pai terminava. Nunca fiz sexo. Depois que tive dois assedios sexuuais voltei a fazer artes marcieais. Algumas pessoas me acahm uma baita vencedora. Só me puz em risco duas vezes na vida por igenuidade. mas depois q abri meus olhos nunca mais me pus,As que conhecem minha historia de vida a fundo e diz q estou no caminho certo o problema é prosseguir. São tantos traumas, dores. Queria ser mais prática. Racional. Nunca traí. Sou muito zinha em casa meu namorado diz q não quer vir todo dia me ajudar com o tcc ou ficar um poco comigo toda a noite.Ele q me acostumou a isso. Eu nem pedi. Me senti rejeitada mas decidi ve-lo só duas veze na semana. vai ser muito duro em meio a crise q passo e o prazo do tcc mas tenho q suportar.Parei a psicologa coisa q piora por questões financeiras.Sei q foi enfadonho ler isso. Mas por favor me diz algo.Ass anonima confusa.

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  8. Queria saber pq eu tô sentindo esse vazio dentro de mim? Tinha uma pessoa e ela me deixou. Me abandonou. Será q eu tenho esse transtorno?

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  9. Olá, sou border diagnósticada desde meus 16 anos de idade. Mas já sabia que tinha algo de errado comigo desde pequena. Eu era explosiva,quebrava as coisas e tinha uma tremenda vontade de morrer. Lembro que rezava pedindo a Deus. Fui internada 4 vezes uma delas fiquei 2 meses e meio. Nem preciso dizer que o hospital é psiquiátrico. Minha vida é um inferno astral,só que não sei dizer o porque. O vazio e o tédio é constante e a vontade da passagem também. Tento não fazer mais as bobagens que fiz mas as vezes fica a dor é tão grande. Boa noite.

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  10. Descobri que tenho border a três meses não esta sendo nada fácil.....

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  11. É bom saber que não carrego tudo isso sozinha, que tem mais pessoas para conversar e me abrir, que entendem o que eu passo todos os dias. Seu blog é sensacional e nos ajuda muito!! Parabéns

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  12. Olá. Chamo-me Ângela e tenho 23 anos. Fui diagnosticada com borderline há 3 semanas. Desde pequena que sempre tive problemas com a família e os amigos. Quando tinha 12 anos os meus pais separaram-se e desde ai eu me tornei insuportável. Criei imensos problemas à minha mãe. O ano passado ela fartou-se de mim e expulsou-me de casa. depois disso tentei o suicido 3 vezes e estive internada, mas todos achavam ser depressão.
    Há 3 semanas quando soube que sou borderline, contei aos meus pais, recusam-se a aceitar que a filha é doente e tem uma doença e acham que estou apenas a querer chamar a atenção.
    Perdi os meus amigos, tenho apenas o meu namorado, mas sinto que ele se está a cansar de mim.
    Sinto que estou sozinha e que não vou conseguir suportar isto muito mais.
    Acordo a chorar todos os dias, não consigo sair de casa, não quero ver nem ouvir ninguém, e só me apetece morrer. Estou cansada de me sentir assim. Só me apetece desaparecer :(

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    1. Interessante este relato. Muito sintético. E expressa todo o sofrimento que uma pessoa com TPB precisa suportar. Conhecer e estudar profundamente o transtorno é uma boa saída, para que não fiques refém das suas emoções. Estou tratando uma paciente de 14 anos por meio da Terapia Comportamental Dialética(TCD). É preciso se treinar para aumentar sua Tolerância ao estresse (praticar ser mais tolerante ao estresse). O estresse é que desencadeia na maioria das vezes o Transtorno. Desenvolver a resiliência ao stress é: Atenção plena (estar no "aqui e agora"); perceber quando o sentimento estiver exaltado, na tentativa de regular suas emoções; Eficácia interpessoal (quando o transtorno te atingir, provavelmente vc irá querer o contrário do que agradar as pessoas). Emoções impulsivas tem uma carga de um complexo autônomo (sombra, animus) então seu ego será atingido subitamente por esta carga psíquica e se identificará com o lado obscuro da sua psique, um processo denominado de enantiodromia.

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