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23 de jun. de 2015

Sobre a insegurança e a solidão...





Faz tempo que não pego o computador para escrever... Hoje senti vontade. 

É engraçado, o tempo passa e eu sinto que estou sabendo lidar com alguns sintomas do TPB, e outros nem tanto. Como a questão da solidão, de não se bastar. É inacreditável se sentir só e ao mesmo tempo não querer fazer parte de lugar algum. Como se eu não pertencesse a ele. É um sentimento ambíguo, esse de sofrer por estar só e ao mesmo tempo querer estar. E quando estou, vem a luta contra todos os artifícios que antes eu usava pra lidar com meus sentimentos: a lâmina, remédios, bebida... As vezes eu caio. Não com relação aos cortes, esses são bem raros hoje em dia, mas principalmente a me auto-sabotar.

E uma coisa leva a outra, não é? Essa coisa da solidão. A gente não quer estar só e quando está, se culpa. Sempre a gente. Eu reajo a qualquer mudança de humor a minha volta, a qualquer resposta seca em Skype (que uso muito pra trabalhar), discussão, tenho que repetir muito pra mim mesma os mantras da terapia: "quais são as evidências que você tem para achar que você é a culpada?". Então a gente se culpa por estar deslocada, apesar de achar que deveria estar deslocada, e o pensamento gira gira, e o dia passou, o fim-de-semana passou e acabamos a passá-lo perdendo tempo sentindo pena de nós mesmos, aquela coisa do "ninguém me ama ninguém me quer porque eu não mereço" e esquece das próprias escolhas que fazemos.

As vezes acho que meu tempo acabou, sabe? Que é tarde demais, que o TPB fez tanto estrago antes, que agora que estou estabilizando não vou me encaixar nunca mais. Talvez me vitimizando ou talvez sem conseguir enxergar as possibilidades que a vida mostra. É mais fácil não lutar e se entregar a este pensamento de vez em quando. "Nunca vou ser reconhecida", "Nunca vou dar certo". Aí a gente não tenta, não mostra, não ousa, se fecha em concha por achar que não vai dar certo de qualquer forma.

Meio doente, em casa, é fácil se entregar a este sentimento de impotência em relação ao destino. Porém cabe a mim mudar esse quadro. Sair do modo "eilan" e voltar pro modo "naty". Fazer algo, nem que seja escrever no blog. Dividir este sentimento com vocês, talvez os únicos que possam realmente compreender. Dividir também que eu não pretendo pegar uma gilete e me retalhar. Eu quero acordar amanhã. Eu quero acreditar. Mesmo sem acreditar as vezes. 

Beijos a todos. Vamos continuar a fazer uma vida que valha a pena ser vivida. Dia após dia.

PS: Difícil escrever hoje em dia, com tanta gente que me conhece sabendo da fanpage, do blog, enfim... Mas vamos lá.