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31 de mai. de 2013

Como acabar com a ignorância? Com informação!




Hoje é o último dia do mês da consciência TPB. Pensei em colocar vários textos, para aproveitar esta última oportunidade. Então pensei: mais do que passar a teoria, preciso falar sobre a importância de acabar com a ignorância quando se trata de transtornos de Personalidade, inclusive por aqueles que têm estes transtornos.

Em conversas com várias pessoas fiquei espantada com a falta de iniciativa em buscar compreender-se melhor. Temos ferramentas de buscas fantásticas, mas parece que muita gente usa o Google para procurar bobagens e Facebook só para bate-papo. Ou pior, quando pode passa informações equivocadas. Já escutei de gente "alertando" outras para o "perigo" de um psiquiatra passar placebo ao invés de medicação correta. Ou dividindo suas péssimas experiências com os remédios transcritos, ao invés de pontuar sobre como quando nos acertamos com eles a melhora (nem que seja devagar) acontece.


A primeira chave para conseguir pelo menos iniciar a luta contra qualquer transtorno é entender como ele funciona. Tentar descobrir os gatilhos, os motivos, os detalhes sobre o que você tem, o que ajuda e o que atrapalha. Também não acredite na primeira coisa que ler. Tem muita informação equivocada por aí, ou incompleta. Busque fontes diferentes, se falar inglês vá a sites internacionais, ou coloque trechos no Google Tradutor, que por mais que seja um pouco falho não fere o sentido do texto.

Se não tiver nenhum transtorno, mas desconfia que está com problemas, leia sim, mas vá a um profissional especializado! Nenhum blogueiro, mesmo que seja um psiquiatra graduado, pode te diagnosticar de longe. E cuidado, pois quando lemos sobre diversos tipos de transtorno, acabamos por nos identificar com vários, pois todo mundo tem um traço deles, o que não quer dizer nada.


Enfim, não adianta tentarmos lutar contra o preconceito dos outros, contra a falta de informação, se nós mesmos não soubermos do que estamos falando.

Eu falo por mim. O blog me fez levantar a bandeira contra a ignorância contra o preconceito e isso me trouxe mais armas para que eu consiga (quem sabe) vencer o meu problema. 


Precisamos sim de gente que levante bandeiras das causas que acredita.

Eu já escolhi as minhas.
E você?
30 de mai. de 2013

Transtornos Alimentares X Transtorno de Personalidade Borderline



Transtornos Alimentares e de Personalidade Borderline freqüentemente ocorrem juntos, mas até recentemente, muito pouco se sabia sobre a relação entre o TPB e as condições destes. Estudos mostram que 25% a 54% dos indivíduos com um transtorno alimentar também satisfazem os critérios diagnósticos para TPB. A ocorrência das duas doenças juntas tende a ser maior entre aqueles que apresentam comportamentos mais impulsivos, como a compulsão alimentar e purgação. Claro, isso não quer dizer que as pessoas com transtornos alimentares necessariamente tem Transtorno de Personalidade Borderline. Na verdade, uma esmagadora maioria das pessoas com transtornos alimentares não têm TPB. Acredita-se que a taxa de TPB em pessoas com distúrbios alimentares é um pouco elevada quando comparada com a população em geral (cerca de 6% a 11%, em comparação com 2% a 4% na população geral). Alguns distúrbios alimentares, no entanto, estão associados com um maior risco de TPB que outros. Por exemplo, um estudo descobriu que as pessoas com bulimia nervosa do tipo purgativo podem apresentar maior risco de TPB (com cerca de 11% dos critérios de TPB) do que as pessoas com anorexia nervosa, e compulsão alimentar (com cerca de 4% dos critérios de TPB).O Transtorno de Personalidade Borderline e os Distúrbios Alimentares muitas vezes co-ocorrem, por isso, podem estar ligados e devem ser tratados quando ocorrem juntos.

O que são transtornos alimentares?

Os transtornos alimentares são doenças psiquiátricas caracterizadas por graves problemas com o comportamento alimentar. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, reconhece três tipos específicos de distúrbios alimentares:
  • Anorexia nervosa;
  • Bulimia nervosa;
  • Compulsão alimentar;
A característica central da anorexia nervosa é uma recusa em manter um peso minimamente normal do corpo. Em contraste, a característica central da bulimia nervosa é a presença de compulsão alimentar, seguido por comportamentos que são tentativas de compensar a compulsão, tais como auto-indução de vômito, uso excessivo de laxantes, excesso de exercício, etc. Enquanto ninguém está certo do que causa compulsão alimentar, sabemos que muitos comedores compulsivos relatam sentimentos de desordem e depressão. Outro ponto em comum é que muitos comedores compulsivos também relatam abuso sexual. Essas questões não são comuns a todos, o relatório da grande maioria diz que tendem a gerar sentimentos de tristeza, raiva, ressentimento, tédio, ansiedade e/ou alegria.

Como os Transtornos Alimentares e de Personalidade Borderline são relacionados?

Por que as pessoas com TPB parecem ter distúrbios alimentares em uma taxa maior do que a população em geral?

Especialistas notaram que uma possível explicação é que o TPB e os Transtornos Alimentares compartilham um fator de risco comum: ambos estão associados com histórico de trauma na infância (como abuso físico, sexual e emocional). Pode ser que ter este histórico coloque um maior risco tanto para TPB como para transtornos alimentares.

Além disso, alguns especialistas sugerem que pode ser de que os sintomas do TPB aumentam significativamente o risco de desenvolver um distúrbio alimentar. Por exemplo, impulsividade crônica e automutilação podem levar alguém a se envolver em comportamentos alimentares problemáticos, o que pode ao longo do tempo elevar o nível de um distúrbio alimentar. Também pode ser que o envolvimento com comportamento alimentar desordenado possa levar a experiências de estresse (por exemplo, a vergonha intensa, hospitalização, ruptura familiar), que pode desencadear TPB em alguém com que tenha uma vulnerabilidade genética para a doença.

Tratamento para Transtornos Alimentares e da Personalidade Borderline:

-Existem tratamentos conjuntos para o TPB e os transtornos alimentares?
A boa notícia é que existem tratamentos eficazes disponíveis para ambos os tipos de condições. Enquanto alguns estudos têm indicado que as pessoas com TPB não respondem tão bem ao tratamento de transtorno alimentar, outros estudos não encontraram diferenças na resposta ao tratamento entre as pessoas com transtornos alimentares, com ou sem TPB.

Qual problema que deve ser tratado em primeiro lugar?

É possível que tanto o distúrbio alimentar quanto os sintomas de TPB possam ser tratados ao mesmo tempo, mas isto pode ser decidido numa base caso-a-caso. Por exemplo, algumas pessoas têm sintomas de transtorno alimentar, que são tão graves que são imediatamente fatais. Neste caso, a hospitalização para os sintomas do transtorno alimentar pode ser necessária antes do tratamento para os sintomas de TPB começar. Alternativamente, em alguém com sintomas TPB muito graves que há o risco de vida ou ameaça de reduzir a sua capacidade de envolvimento no tratamento, os sintomas TPB deverão ser tratados em primeiro lugar.

Dada a esta sobreposição significativa entre estas duas doenças, os pesquisadores estão interessados em desenvolver um tratamento eficaz para os pacientes se apresentam com TPB e um dos Transtornos alimentares. Recentemente, há evidências emocionantes e promissoras para o uso da Terapia Dialética Comportamental. Ela é eficaz para reduzir comportamentos impulsivos e autodestrutivos em indivíduos com diagnóstico primário de TPB. Estudos mostram que ela reduz e muitas vezes elimina comportamentos suicidas e auto-mutiladores. Os primeiros estudos mostram também que esta terapia é uma intervenção promissora para mulheres com diagnóstico de transtorno de alimentação primária. TPB tem sido associada com a compulsão alimentar reduzida e purga comportamentos. Estudos que avaliaram TPB para indivíduos com ambos os transtornos estão em andamento. Atualmente, está sendo feito um estudo sobre a viabilidade e a eficácia da Terapia Dialética Comportamental para indivíduos com ambos os transtornos, incluindo aqueles com apresentações de multi-diagnóstico (como transtornos de ansiedade ou transtorno obsessivo-compulsivo).


MEU CASO: Saiba minha experiência pessoal sobre estes dois transtornos e como tem afetado minha vida ao longo dos anos. (Clique Aqui)

**Agradeço a minha grande amiga Eilan por ter me dado a oportunidade de juntar-me ao Borderline-Girl. Este foi meu primeiro post, espero que tenham gostado! :)


29 de mai. de 2013

É possível viciar-se em auto-mutilação?



Meu terapeuta e eu começamos recentemente a trabalhar no meu vício em álcool. Uma sessão foi particularmente dura e me deixou louca por um drink. Porém eu também queria me auto-mutilar. Era uma forma de lidar com o que estava passando, era minha maneira de lidar com a dor. Eu então me perguntei: "Eu poderia estar viciada em me cortar?"

A personalidade viciante e o TPB

De acordo com o site HealthyPlace.com, um sintoma do transtorno de personalidade borderline (TPB) é "impulsividade em pelo menos duas áreas que são potencialmente auto-destrutivas". Ele frequentemente se manifesta como abuso de substâncias ou vício. Apesar da auto-mutilação não estar incluída neste critério, a personalidade viciante existe se a pessoa atende a esse critério. A auto-mutilação, outro critério para o TPB, pode tomar o lugar de qualquer substância facilmente.

A pessoa viciada em auto-mutilação provavelmente tem seus rituais. Ele ou ela possivelmente tem um método favorito, como se cortar, queimar ou bater a cabeça. Ele ou ela provavelmente tem uma faca ou isqueiro favorito. Pode ser que também tenha um ritual, sempre começando e terminando no mesmo lugar. Essa pessoa pode ficar muito chateada se este padrão for interferido.

Apesar da pessoa ter uma preferência no modo de operação, isso não é  essencial. Alguém que seja viciado em auto-mutilação irá fazê-lo de qualquer forma ou lugar possíveis. O importante é o ato em si e os sentimentos que o cercam, não os meios.


Por que se mutilar?

Já se foi dito que a auto-mutilação faz com que o corpo libere endorfinas, as mesmas substâncias responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer sentida por corredores devido à liberação destas substâncias. As endorfinas basicamente fazem com que o corpo se sinta bem. Essa é a razão de muitas pessoas praticarem a auto-mutilação - para se sentir bem. Eu já ouvi algumas vezes ser dito: "Eu queria sentir alguma coisa ao invés de nada.

Eu me mutilo porque estou com medo. Acredito que se não temo a dor física, eu posso ultrapassar a dor emocional de uma situação e agir para me proteger e aqueles que eu amo. Culpo-me por não ser capaz de proteger meus amigos e família, então faço o que eu sinto que tenho que fazer para tornar-me forte e calar as vozes dizendo: "Você falhou em mantê-los a salvo, é sua culpa."

Eu também me machuco porque é uma forma de me manter com os pés no chão, ou trazer meu corpo e minha mente de volta a realidade durante um episódio de dissociação. Novamente, é para que eu aja a fim de me proteger - fico extremamente vulnerável quando dissocio. Se não estou assim, então posso ser forte e me proteger e à minha família e amigos.


Confrontando o vício

Gostaria muito de saber como fazer isso. Até agora estou tratando-o como trato de meu alcoolismo - pedir ajuda quando necessário, tentar usar a força de vontade e conversar sobre o assunto na terapia. É tudo que posso pedir de mim mesma.

Acredito que saber a razão para um vício é uma ferramenta poderosa para derrotá-lo. Se admitir seu problema é o primeiro passo para a recuperação, então entendê-lo é o segundo. Isso não é sempre fácil de fazer - o vicio é ardiloso, poderoso e desonesto. Entretanto, compreender a razão para o vício é uma arma potente porque você sabe qual é a sua fraqueza. Sabe qual necessidade que está tentando preencher e pode encontrar outras formas de ter a sensação que você quer. Por exemplo, no meu caso pode ser estudar artes marciais. Se me sinto vulnerável, talvez eu possa achar força ao estudar defesa pessoal.

Seu caso pode ser diferente. O que funciona para mim pode não funcionar para você e vice-versa. Mas há algumas semelhanças em lutar contra um vício de se mutilar - precisamos reconhecer que temos um problema, aprender a lidar com os sintomas dele e viver em recuperação um dia de cada vez. Não precisamos ser duros com nós mesmos quando temos uma recaída e precisamos querer sempre nos dar uma segunda chance.

(tradução livre do artigo "Is it possible to be addicted to self-injury?", no blog da Becky, no Healthy Place.)


* Eu me corto para fugir da dor, da angústia. É quase como fumar um cigarro, tem aquele efeito relaxante. Aí vocês podiam me perguntar: E porque você não fuma ao invés de se cortar? Porque a sensação é diferente. Ver o sangue aparecendo na minha pele, o ardor, me faz sentir estranhamente viva. Não sei se substituo uma dor pela outra, não sei se existe alguma outra razão. Minha psicóloga já me disse que tenho várias rotas de fuga: beber, fumar, me cortar, que eu precisava saber enfrentar o que eu estava passando. Porém quando fico muito mal eu não encontro forças, fico procurando um alívio imediato, que certamente passar a gilete na minha pele me dá. Estou um pouco receosa pois o ato já está se tornando meio... automático. É como se fizesse parte de minha rotina, as vezes.

Não tenho um "modus operandi". Corto-me no lugar onde eu já sei que vai sair mais sangue, o que infelizmente para mim é no antebraço. Consequentemente acabo com cicatrizes mais visíveis, o que está me fazendo dar aulas com casacos, o que é meio duro de se explicar visto que moro em Recife.

Não pensem que não luto contra. Geralmente fico tentando adiar, tipo, "vou fumar este cigarro e aí me corto", "vou ler este texto e aí me corto", "vou tratar da minha gata e aí me corto", isso muitas vezes funciona. Agora mesmo, por estar escrevendo sobre o assunto, está me dando vontade de me cortar, mas tô tentando adiar. Já ouvi falar que colocar um gelo na mão ajuda, mas nunca tentei. Também me falaram sobre tomar um banho frio, penso em tentar esse. a lindinha da Fabi do Blog da Fabi tem umas informações sobre o tema também, inclusive sobre o Projeto Borboleta, onde você desenha borboletas nos lugares onde costuma se cortar e caso se corte em cima delas, tem que meditar que "matou" aquela borboleta. Achei super legal. Se quiserem saber com detalhes vão lá no blog dela!

Enfim, enfrentar o cutting é difícil mas temos que ter fé. Afinal de contas, sem isso, para que estarmos vivos, não é?
28 de mai. de 2013

Eu Posso Lidar com meu Transtorno de Personalidade Borderline sem Terapia?



O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um transtorno psiquiátrico complexo que faz com que aquele que o tem experiencie uma emotividade exacerbada uma inabilidade  de se auto-acalmar, o que pode levar a um julgamento pobre e a um comportamento impulsivo.

O TPB se manifesta de maneiras diferentes em pessoas diferentes. Os sintomas podem ir de auto-mutilação e abuso de substâncias a distúrbios alimentares e tentativas de suicídio.

Aprender a lidar com este transtorno e seus vários sintomas não é uma tarefa fácil. Tentar fazê-lo sem terapia pode ser tentador para alguns. Há exemplos de pessoas que tiveram experiências negativas com psicólogos ou que simplesmente têm a idéia equivocada que possuem a habilidade de dominar seus problemas relacionados ao TPB sozinhas.

Entretanto, apesar da dedicação e do desejo de se recuperar, é improvável que um border sozinho supere o TPB sem a orientação e compreensão oferecidas por um processo terapêutico.

Aprendendo habilidades valiosas

Existem diversas habilidades vitais ensinadas pela terapia que qualquer border precisa se quiser melhorar sua qualidade de vida e ter sucesso em se recuperar do transtorno. Apesar de haver disponível ótimos livros e recursos para aqueles que buscam informações sobre o tratamento do TPB, colocar em prática esta informação sem um profissional pode ser parecido com ler um livro de como se navegar e então tentar fazê-lo sem treinamento. Não é algo que possa ser dominado sem esforço e orientação.

Atualmente a Terapia Dialética Comportamental (TDC) é considerada como opção de tratamento disponível mais eficiente em ajudar na recuperação de pacientes com TPB. Indivíduos que fazem a terapia estão bem a frente daqueles que estão sozinhos quando quandose trata de desenvolver a vida e habilidades necessárias para avançar em uma direção positiva.

Os Benefícios do Apoio.

É difícil assumir o processo de recuperação sozinho. O Transtorno de personalidade Borderline é uma condição que afeta a saúde mental. Quando vemos sob este prisma, é preciso reconhecer que intervenção profissional é sempre melhor quando endereçada a questões de saúde que tem consequências sérias se deixadas sem tratamento.

Ter o TPB pode ser uma experiência isoladora porque tem um preço sobre as relações interpessoais, frequentemente quebrando laços. Os pacientes precisam de apoio, encorajamento e estrutura para superar os piores aspectos do transtorno e recuperar-se com sucesso. O tratamento do TPB por profissionais oferece estes benefícios assim como a opção de prescrever medicamentos que podem reduzir os sintomas relacionados, como depressão ou ansiedade.

Se você ou alguém que você ama foi diagnosticado com este transtorno, tratamento por um profissional e terapia são necessários para aprender e praticar as habilidades que ajudarão a você ou aquele que você ama a se recuperar do Transtorno de Personalidade Borderline.



* Gente, mês da consciência TPB acabando, resolvi passar pra frente a informação. Este texto é pra todo mundo (não só os borders ou que tenham algum outro transtorno) que quer se convencer que consegue lidar com certas coisas sozinho. Tem aspectos que simplesmente NÃO DÁ. Vamos para terapia, né? Para os Borders: A Terapia Dialética Comportamental NÃO é a única que funciona, ok? A minha psicóloga não é dessa linha (se bem que me dar como exemplo não é muito esperto...), o que importa é começar o tratamento.

A blogueira que vos fala vai ser sucinta hoje porque está com uma ressaca infeliz e não consegue mais raciocinar, traduzir este texto já consumiu os poucos neurônios restantes. Fora que estou péssima emocionalmente. Se eu sobreviver eu respondo os e-mails aqui do blog que para variar estão atrasados (gente, escrevam para tia Eilan), faço minha visita aos blogs amigos e escrevo o novo podcast que espero que saia até o fim da semana.




27 de mai. de 2013

Dentro da Mente do Transtorno de Personalidade Borderline




O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um transtorno psiquiátrico complexo e frequntemente incompreendido. O comportamento TPB pode ser absolutamente desconcertante para aqueles testemunham. As pessoas que não sofrem de Transtorno de Personalidade Borderline muitas vezes tem dificuldade de compreender o quanto é difícil se comunicar efetivamente com um ente querido que tenha o transtorno.

Atravessar o terreno imprevisível de um relacionamento com uma pessoa que tenha o TPB pode ser frustrante, doloroso e exaustivo. Neste artigo, tentaremos lançar alguma luz sobre o que faz indivíduos com TPB pensarem e agirem como fazem.

Medo do Abandono

Vamos primeiramente observar que quase todos os comportamentos associados com o Transtorno de Personalidade Borderline podem ser atribuídos a um profundo e contínuo medo do abandono. As pessoas que vivem com o TPB muitas vezes experienciaram uma infância cheia de traumas de um tipo ou de outro: abuso físico ou psicológico, perda de um ou dos dois pais, ou talvez sejam adotados e debatem-se com sentimentos de abandono pelos pais biológicos.

Não importa a origem do medo, ele persiste além da infância e torna-se a força por trás de todos os tipos de comportamentos prejudiciais. Nós podemos achar que nossa garantia e compromisso por aquele que amamos falam por si mesmos e deveriam ser suficientes para amenizar seus medos, porém aplicar este tipo de conclusão lógica simplesmente não responde ao fato de que é impossível para uma pessoa sofrendo com o TPB sentir ou agir de maneira diferente, não importando a quantidade de esforço que você põe tentando fazê-lo.

Raiva

Os indivíduos com o Transtorno de Personalidade Borderline estão tão convencidos que serão abandonados por aqueles que amo que seu comportamento pode oscilar em direções diferentes em tentativas desesperadas de evitar a dor da perda. Aqueles que amam são frequentemente submetidos a uma raiva intensa e ataques acusatórios. Isso não é como poderíamos esperar do comportamento de uma pessoa se ela sente medo de ser deixada sozinha. Afinal de contas, raiva excessiva e perigosa não afastaria as pessoas mais rapidamente?

Para uma pessoa com o TPB, são feitas escolhas inconscientes na tentativa de evitar sentimentos desagradáveis. A raiva pode ser uma forma de excluir preventivamente uma pessoa que ela acredita que vai abandoná-la de qualquer jeito. Isso pode prover uma restauração temporária do seu senso de controle sobre suas emoções. Quando a raiva é direcionada para fora, pode mascarar a dor interior que a está guiando.

Depressão, auto-mutilação e Comportamento Suicida

As pessoas com o Transtorno de Personalidade Borderline podem ter depressões debilitantes, se engajar em comportamentos de auto-mutilação, como o cutting ou distúrbios alimentares ou até mesmo podem tentar se matar. Todos esses sinais perigosos podem ser vistos como tentativas de ganhar a atenção e o amor que elas sentem estar faltando em suas vidas.

Comportando-se de formas que geralmente alarmam e assustam aqueles que os amam. a pessoa com TPB inconscientemente busca trazer as pessoas para próximo delas demonstrando um desamparo e fragilidade que precisa ser atendido por familiares. Se não puderem ser deixadas sozinhas por medo de que se machuquem, elas foram bem sucedidas em evitar o abandono.

Um pensamento final.

A verdade é que para aqueles que não são borders, absorver toda a informação  do mundo sobre o transtorno pode nunca preencher a lacuna que experienciamos em tentar entender sua forma de pensar. Se você nunca sentiu um medo de ser abandonado completamente debilitador ou a perda de todo seu controle emocional você simplesmente não vai ser capaz de imaginar como um border se sente.

Até que um indivíduo com o TPB se torne participante ativo de sua própria recuperação, desenvolvendo habilidades para ajudá-los a se auto-acalmar e comunicar-se efetivamente, ele continuará a exibir os sintomas deste transtorno.



- Mais um artigo falando sobre como  e mais precisamente PORQUE um border tem determinados tipos de comportamentos. Acho que escolhi este para hoje pois tenho escutado e pensado muito a respeito de culpa e também sobre certos rótulos que acabamos aceitando. A pessoa com TPB é manipuladora. É promiscua. É dramática. Estes termos são na minha opinião demasiado fortes e também fogem a verdade. Eles não são sintomas, são consequências. Quando em tratamento, o terapeuta não vai tratar nossa "promiscuidade" e sim o que nos leva a ter este tipo de comportamento. A manipulação também não acontece de uma forma negativa, calculada, feita para machucar. Ela acontece porque temos medo de sermos abandonados e na nossa cabeça temos que fazer tudo para que isso não acontece. As cores que vemos são diferentes das cores vistas por outros. Para mim termos como esses mexem com nosso inconsciente e acabamos por nos sentir ainda piores.

Não estou aqui querendo fugir da responsabilidade, mas sinceramente, se eu me convencer que por ser border sou manipuladora, promíscua e dramática por natureza, não vou querer mais o convívio com a sociedade, pois estas são características de uma pessoa com um caráter duvidoso. Prefiro tentar me convencer que eu tenho atitudes de impulsividade e desespero ante ao abandono que nem sempre são acertadas e condizentes com o que está correto. E que preciso tratar destes problemas para não mais agir assim.

Aí eu chego na culpa. Não há culpa nestes casos. Há responsabilidade. Não fujo do que já fiz na vida, das atitudes impensadas ou inconsequentes, mas não posso ser culpada por elas, só responsabilizada. Eu fiz, não foi certo (ou louco) e tenho que aguentar as consequencias de meus atos. Mas a culpa não é minha, simplesmente agi (e ajo) de acordo com o que meu cérebro manda. Se um esquizofrênico mata alguém a culpa é dele? Não. Mas ainda assim ele tem que ser reponsabilizado por isso. Tenho uma tia que é bipolar (tipo 1 - o mais pesado) e ela num surto puxou uma faca para minha mãe. Vou dizer que ela é uma  criminosa? Não! Mas ela depois que melhorou teve que pedir perdão a minha mãe.

Tenho que dizer que é muito difícil se convencer disso tudo (eu ainda não consegui totalmente). Ainda sinto muita culpa por várias coisas (inclusive - pasme - meu término de namoro) e talvez esteja tão empenhada em passar esta informação para que eu mesma passe a acreditar nisso. Acreditar também que estes sintomas podem ser abrandados e que eu conseguirei o controle mais efetivo sobre minhas emoções.

** Dois recados: Primeiro, curtam nossa fanpage! 
Segundo: Por favor ajudem na rifa do Ringo!! Se ele não for operado logo ele pode morrer! Até agora só arrecadei R$ 70,00!
Quem não conhece a estória deste felino, é só ler aqui.


25 de mai. de 2013

E Quando A Solidão É A Única Companhia?




Você, querido (a) border, que não passou por essa situação, chegará sua vez: um dia você se verá totalmente só, sem amigos, sem família, apenas com a parte "técnica" da força para conversar. Isso mesmo, nada além dos psiquiatras e dos psicólogos para ouvir seus lamentos, suas reclamações, suas dores. Então você se dá conta quer a solidão é a única companhia de fato. Seus amigos não aguentam mais você e suas crises, seus familiares não sabem lidar consigo. E agora? Como faz? 

Todo dia você`se pergunta:"Como cheguei a esse ponto?", mas não enxerga a resposta óbvia, que é você. Você deveria ter sido capaz de se auto-controlar. Não é somente papel da medicação, não. Você sabia que esse era o mais devastador "efeito colateral" que poderia acontecer, o afastamento de todos aqueles que te amam verdadeiramente. 

Mas e quando tentamos voltar com as antigas relações? Dá certo? Nem sempre. Nem sempre o passado pode ser restaurado. Nem sempre tudo é do jeito que queremos. Mas não custa nada tentar. E mudar, mudar mesmo. Mudar pra valer. É complicado, eu sei, mas tentar não mata, o que mata são as nossas vontades. O que mata é a solidão. 

Contos de Fadas



Cinderela é uma piada. A Bela Adormecida provavelmente nunca acordou pois o príncipe deve ter encontrado outra no caminho. Branca de Neve, bem esta morreu mesmo. Envenenada.

Os contos de fadas deviam ser proibidos para crianças, principalmente as meninas. Enfiam em nossas mentes idéias ilusórias de um mundo perfeito onde o príncipe encontra sua princesa e todos são felizes para sempre. Não há TPM. Não há crises, ciúme e principalmente transtornos de personalidade. Se bem que a fixação da Bela por alguém que só gritava com ela deveria ter sido estudado. Fora a burra da Branca de Neve, já citada, comendo a primeira maçã que uma velha com cara de louca ofereceu.

Então cá ficamos, esperando o cavalo branco. Aquele que nos amará como somos, não importando os defeitos. Ele será fiel e dedicado e nenhuma lágrima será derramada.

Desculpem, mas isso é tolice. O reino encantado está nos livros. A realidade é bem inversa. Aqui os caras nos humilham, traem, rejeitam. E ao contrário do que ensinam os livros, quanto mais amor você demonstrar, mais dedicação você tiver, pior será tratada. Quem nunca ouviu: "o homem não pode se sentir seguro demais!"? Alguém já parou para pensar numa besteira dessas? Primeiro nos fazem acreditar em amor eterno e depois te dizem que se você demonstrar amor demais não será valorizada. Então o que é valorizado? Indiferença?

É. O que está em voga ultimamente é exatamente isso. A não crença no amor. Uma apologia louca à uma auto-estima super-estimada, onde nos mandam ser "donas do nosso próprio nariz" e independentes, porém casar, ter filhos e de preferência ganhar muito dinheiro para contratar uma babá. E hoje em dia com a nova lei isso está bem difícil. Fora nosso "príncipe" que se ficou conosco tempo suficiente para encarar um pseudo-final feliz, que muito provavelmente vai esperar alguns anos de casamento para nos deixar e aos filhos, atrás do primeiro par de peitos mais durinhos que passar pela frente deles. A dona destes com certeza dá a ele a indiferença que não demos, por isso é mais desejável.

Por isso que hoje, chorando de saudade de um grandissíssimo filho da puta, insensível, frio beirando a psicopatia, eu peço para que eu esqueça de vez todas estas idéias românticas que insistiram em enfiar na minha cabeça.e tenha forças para viver, ao invés desta sobrevida patética.

Pois pelo que vi, "happy ending" é utopia.
24 de mai. de 2013

O que a Mídia Social Representa para os Transtornos de Personalidade.




A antiga frase - "é um mundo pequeno" - nunca foi tão verdadeira como hoje em dia. Mensagens de texto, email, Twitter, Facebook e até sistemas de GPS fazem com que seja quase impossível ser anônimo ou sozinho. No mundo dos transtornos de personalidade, esta entrada constante de informações e a expectativa de troca de informações com outros pode ter o potencial de causar estragos em sintomas já quase impossíveis de se conviver.
Em um estudo lançado pela organização sem fim lucrativos Anxiety UK, mais de metade das pessoas que usam mídias sociais como Facebook ou Twitter disseram que estes sites mudaram suas vidas - mas não pra melhor. Quase a metade afirmou que se sentiam "preocupados ou desconfortáveis quando se encontravam sem acesso a estes sites, enquanto 2 terços dos que responderam ao estudo disseram que "sentiam a necessidade de desligar" seus computadores e celulares para realmente conseguir uma pausa de tecnologia.

Alimentando os sintomas dos transtornos de personalidade

Estes fóruns constantes para auto-expressão podem estar servindo de isca ou até mesmo alimentando, os sintomas de personalidade, como o Transtorno de Personalidade Narcisista* e o Transtorno de Personalidade Borderline.

Na verdade, Randi Kreger, co-autor de livros como Stop Walking on Eggshells, conhecido por trazer internacionalmente para o primeiro plano as preocupações daqueles que lidam com o transtornos de personalidade borderline e o transtorno de personalidade narcisitas, pontuou recentemente em um estudo publicado no periódico Personality and Individual Differences que encontrou uma ligação direta entre o número de amigos que alguém tenha no Facebook e o grau em que cada um é um "narcisista perturbador".

“A pesquisa vem no meio de evidências crescentes que o Facebook e outras mídias sociais estão criando uma geração de "jovens narcisistas", escreve Kreger.

Kreger nota que no estudo os pesquisadores não foram claros se o Facebook estava alimentando ou criando tendências narcisistas, ou um pouco de cada. Isso se dá por causa da necessidade crescente que as pessoas tem tido de mostrar cada aspecto das suas vidas online, sejam bons ou ruins.

Os estudos também mostraram que as mídias sociais podem resultar em sentimentos de depressão e ansiedade. Pode ser difícil para algumas pessoas assistirem a vida de seus amigos online evoluir com eventos como casamentos, filhos, e festas, eventos os quais eles não estão experienciando. As pessoas podem sentir-se ansiosas para ganharem mais seguidores, ou conseguir respostas para seus posts. Isso pode alimentar os sintomas de certos transtornos de personalidade ao invés de ajudar indivíduos a se sentirem mais conectados.

Foruns de Suporte

Por outro lado, os sites de networking social como Facebook e Twitter são inegavelmente eficazes em espalhar a informação e encontrar comunidades de pessoas lidando com os mesmos problemas. Facebook, por exemplo, possui diversas comunidades estabelecidas para aqueles com o Transtorno de Personalidade Borderline discutirem sobre sua luta diária e trocarem informações uns com os outros do que os ajudou a lidar com os sintomas e o que não.

Estes fóruns podem ser inestimáveis enquanto ferramenta para ser ouvido e compreendido por outras pessoas que estão experenciando os mesmos sintomas que você. O anonimato pode até mesmo permitir que alguém se abra sobre seus sintomas ou fazer perguntas que se está muito nersoso ou envergonhado para perguntar.

O perigo está na segurança de se esconder atrás de uma tela de computador enquanto procurando ajuda para transtornos de personalidade como Borderline, fobia social e Transtorno de Personalidade Narcisista. Os conselhos que se consegue online pode não ser sempre precisos e é vital lembrar-se da importância de se procurar um tratamento profissional se você acredita que tem um transtorno de personalidade.
(tradução livre de artigo do site Borderline Personality Treatment)

* A característica essencial do Transtorno da Personalidade Narcisista é um padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos.


23 de mai. de 2013

O Real, O Imaginário e A Mente Maltratada




O que fazer quando não conseguimos distinguir o real do imaginário? Quando simplesmente confundimos a vida real com um mero sonho ou vice-versa? Entrar em desespero? Pegar a lâmina mais próxima e se cortar loucamente? Beber, fumar e se drogar até desmaiar? É o que tenho mais feito ultimamente. 
Minha mente foi amaldiçoada pelo tempo, tempo manchado de cólera e dissabores. Não tenho mais forças espirituais para definir o que é real ou não. Simplesmente sobrevivo, viver está deveras penoso. E o que fazer então? Tomar um chá com biscoitos e esperar essa estranha e indesejável sensação passar? Escutar música para preencher um vazio maluco que nunca se vai? Assistir um filme? Escrever? Não. Definitivamente nada disso dá certo. A vida não pede calma, pede soluções rápidas e que realmente deem paz a alma daqueles que sofrem. 
Muitos são os que passam pelo mesmo, principalmente em surtos de despersonalização/desrealização. O que difere é como cada enfrenta a situação. Eu por exemplo morro em vida, sou quase um zumbi. O sofrimento que me acomete certamente é diferente do sofrimento alheio. E o que faço? Bebo, fumo, me corto loucamente. Só assim me sinto menos morta. Eu gostaria que houvesse outros métodos, mas a calmaria não me faz bem. 
Acho que vivo em um grande sonho, um sonho ruim e bizarro, com pessoas mais bizarras ainda e tenho medo de cometer alguma besteira. Será que a loucura invadiu minhas veias? Será que tenho salvação? Minha mente está maltratada demais para encontrar respostas. 
22 de mai. de 2013

Abraço.



"Se considerarmos o abraço como uma forma universal de obtenção de contacto profundo, físico e afetivo, poderemos usá-lo como um dos possíveis instrumentos de terapia. O gesto de abrir os braços é sinal universal de paz e fraternidade; ligado à sensação de ficar em contacto mais íntimo com o próximo e de estar em disponibilidade para acolhê-lo. O primeiro movimento da criança que chora é dirigir-se à mãe e levantar os braços para ser pegada ao colo e, no abraço, têm fim tanto o seu protesto como o seu desespero pela ausência ou afastamento dela. Podemos lembrar-nos também de que, abrindo os braços, sentimos uma sensação de liberação, um endireitar da coluna vertebral, a possibilidade de que a cabeça e os olhos se mantenham sustentados e sem tensões, certa expansão da respiração no ventre e no tórax. Se tudo isso vem ainda acompanhado de um contacto caloroso, muscular e epidermicamente gratificante, podemos entender porque é que esse gesto é fonte de felicidade e consegue fazer brilhar os olhos".

Jerome Liss e Meurizio Stupiggia, in: "A Terapia Biossistêmica"



"A terapia do abraço não é apenas para os solitários ou para pessoas emocionalmente machucadas. A Terapia do Abraço pode tornar mais saudável quem já é saudável, mais feliz quem já é feliz e fazer com que a pessoa mais segura dentro de nós se sinta ainda mais segura. Abraços são bons para toda a gente. Qualquer um pode ser um Terapeuta do Abraço".


Kathleen Keating in 'Terapia do Abraço'



"Devemos dar 4 abraços por dia para sobreviver, 8 para ficar bem e 12 abraços para crescer" 


Paulo Fajardo terapeuta da Escola Talendharma

- Hoje (sim, porque para mim ainda é hoje, mesmo se for depois da meia-noite, pois ainda não fui dormir) é o dia do abraço. Não havia pensado nisso. Eu que acordei tão carente, talvez estivesse inconscientemente ligada à egrégora de carinho que pairava a minha volta. 

Carinho nunca é demais. Eu, como boa border que sou, sou viciada nisso. E nem precisa ter TPB para gostar, não é? Acalma a alma. Esquenta o coração, faz com que todos os problemas pareçam distantes. Acho que por isso ainda ando mal. Sinto falta dos abraços que sempre me acompanharam. Abraços de pessoas que estavam sempre ali pra mim. Dos meus dois irmãos de coração, que têm o melhor abraço do mundo. Das amigas, que sabiam que eu precisa de um sem eu ter que dizer. Acalentada por um sentimento que hoje parece tão distante, outra vida, realidade paralela, vivi mesmo tudo aquilo ou sonhei? Sinto até vergonha de admitir que ainda sinto falta louca dos abraços de C., pois comparados aos outros, que não esvaneceram com o tempo e dificuldades, é até pecado, blasfêmia. Amor não acaba, evolui.

Não que eu diga que os abraços que eu receba hoje não sejam sinceros. São e muitos deles ainda me remetem àquela sensação de felicidade e proteção que eu um dia senti. Porém ao mesmo tempo é distante.

As pessoas hoje em dia tem medo do toque. Do carinho, do olhar, do querer bem. Em tudo se põe maldade, ou o medo de expor os sentimentos estraga momentos que podiam ficar eternizados para sempre.

Então abrace muito. Não só hoje, sempre.Você não sabe quanto tempo que terás a pessoa do lado. Não se feche, diga "eu te amo", pegue na mão, olhe nos olhos, nunca sabemos onde a vida nos levará e um dia poderás se arrepender de não ter dito ou feito o que seu coração mandava.

Esse não é um texto pensado, elaborado. É um desabafo simplesmente, com a saudade queimando em meu peito e as lágrimas, que não caem, pois a dor é tão grande que nem elas lavam. fico a pensar se a cura para o TPB não está aí: que nos abracem todos os dias e o amor que ansiamos preencherá nosso vazio.

Dedico estas palavras àqueles que estão comigo verdadeiramente nessa jornada. Sintam-se abraçados.

Essa é uma música que sempre me lembra dos meus amigos verdadeiros, principalmente os que estão longe....

You'll Be in my Heart - Phil Collins



Tradução:

Você Estará Em Meu Coração
Vamos, pare de chorar
Vai ficar tudo bem
Apenas pegue minha mão
Segure forte

Eu te protegerei
De tudo ao seu redor
Eu estarei aqui
Não chore

Para alguém tão pequena
Você parece tão forte
Meus braços te abraçarão
Manterão você segura e aquecida
Este laço entre nós
Não pode ser quebrado
Estarei aqui
Não chore

Porque você estará em meu coração
Sim, você estará em meu coração
Deste dia em diante
Agora e para sempre mais

Você estará em meu coração
Não importa o que eles dizem
Você estará aqui em meu coração, sempre

Por que eles não conseguem entender
A maneira como nos sentimos?
Eles simplesmente não confiam
Naquilo que não conseguem explicar
Eu sei que somos diferentes mas,
Fundo, dentro de nós
Não somos tão diferentes assim

E você estará em meu coração
Sim, você estará em meu coração
Deste dia em diante
Agora e para sempre mais.

Não dê ouvidos a eles
Porque, o que eles sabem?
Nós precisamos um do outro
Ter um ao outro, abraçar
Eles verão com o tempo
Eu sei

Quando o destino te chama
Você precisa ser forte
Eu posso não estar com você
Mas você terá que segurar
Eles verão com o tempo
Eu sei
Nós mostraremos a eles juntos

Porque você estará em meu coração
Acredite em mim, você estará em meu coração
Deste dia em diante
Agora e para sempre mais.

Oh, você estará em meu coração
(Você estará aqui em meu coração)
Não importa o que dizem
(Eu estarei com você)
Você estará em meu coração, sempre
(Eu estarei aqui,Sempre...)
Sempre

Eu estarei com você
Eu estarei aqui para você sempre
Sempre e sempre.
Só olhe sob seu ombro
Só olhe sob seu ombro
Só olhe sob seu ombro
Eu estarei aqui, sempre

21 de mai. de 2013

5 Mitos sobre o Transtorno de Personalidade Borderline



Os sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) incluem impulsividade, medo do abandono, relacionamentos tempestuosos, mudanças de humor intensas, auto-mutilação e comportamento suicida, auto-imagem distorcida e pensamentos paranóicos.

Estes sintomas podem fazer a vida diária incrivelmente difícil, exacerbada pelo fato que o Transtorno de Personalidade Borderline carrega estigmas e mitos que fazem com que aqueles diagnosticados com o TPB se sintam sozinhos e incompreendidos.

A consciência sobre o TPB está crescendo através do aumento de estudos e organizações como a National Education Alliance for Borderline Personality Disorder* (NEA.BPD), mas alguns mitos sobre o transtorno ainda permanecem. Durante o mês nacional da consciência TPB (nos EUA), aprenda sobre alguns dos mitos comuns sobre o transtorno e a verdade por trás deles.

1. As pessoas com TPB são intoleráveis.

As pessoas com o Transtorno de Personalidade Borderline são frequentemente tidas como sendo destrutivas, imprevisíveis, manipuladoras - basicamente difíceis demais para se estar por perto. Embora possa ser difícil manter relacionamentos com borders, tenha em mente que eles estão sofrendo por sintomas que podem fazer com que seja difícil suprir suas necessidades.

“É importante que os outros reconheçam que as pessoas com o TPB estão sofrendo genuinamente." diz a Dra. Marsha Linehan, criadora da Terapia Dialética Comportamental, em um artigo do New York Times. "Eles vivem em uma dor excruciante que é quase sempre minimizada pelos outros e atribuída a maus motivos."

Porém, com tratamento, aqueles com TPB podem conseguir as ferramentas necessárias para lidarem melhor com suas emoções e comportamentos. Familiares e parceiros também podem participar de grupos de apoio e aulas que os ajudam a aprender a se comunicar melhor com alguém que tem o transtorno.

2. Somente as mulheres tem o TPB

Embora mais ou menos 70% das pessoas diagnosticadas com o Transtorno de Personalidade Borderline sejam mulheres, os homens também são afetados. Alguns experts acreditam que o TPB é pouco diagnosticado em homens porque as mulheres estão mais propensas a procurar ajuda profissional para seus sintomas.

Porém os homens também podem a sofrer os sintomas do TPB, mesmo que não tão abertos para falar sobre isso.

3. As pessoas com TPB só querem chamar atenção.

Muitas pessoas com o Transtorno de Personalidade Borderline tem comportamentos prejudiciais, como o cutting**. Isso é frequentemente mal-interpretado como uma forma de obter atenção quando, na verdade, é muitas vezes uma forma de se auto-acalmar e regular as emoções. Muitos que se cortam o fazem em lugares que possam ser escondidos facilmente, como no topo da coxa ou nos braços onde podem esconder com as mangas.

Esta percepção equivocada coincide com outro mito: que os borders que tentam suicídio na verdade não querem morrer. Na realidade, o TPB tem a maior taxa de ocorrência de suicídios. As estatísticas mostram que 10% das pessoas com o TPB tiram suas vidas.

Se você tem alguém que ama com TPB que tem comportamentos de auto-mutilação ou suicidas, saiba que isso não é uma maneira de chamar atenção. É uma forma para eles lidarem com a dor que estão experimentando e eles precisarão de tratamento adequado para ajudá-los a encontrar jeitos mais saudáveis de lidar com isso.

4. O Transtorno de Personalidade Borderline é raro.

O TPB é mais predominante do que se pensa. De acordo com o National Institute of Mental Health***(NIMH), o transtorno aflige a 2% da população em geral. O Transtorno de Personalidade Borderline é na realidade mais comum que a esquizofrenia e o Transtorno Bipolar combinados.

5. O Transtorno de Personalidade Borderline não tem tratamento

Esse é talvez o mito mais perigoso, pois destrói a esperança e a motivação em procurar tratamento para o TPB. Procurar ajuda é o primeiro passo para a recuperação dos sintomas paralisantes do TPB. Um centro de tratamento vai oferecer opções e projetar um programa que caiba na sua vida e que funcione pra você.

* Aliança de Educação Nacional para o Transtorno de Personalidade Borderline.
** Ato de se cortar
*** Instituto Nacional Da Saúde Mental


- Este é o mês da consciência TPB nos Estados Unidos. Existe uma noção tão consolidada do que é ser Borderline que já existem MITOS sobre o transtorno. MITOS! As pessoas sabem o que é! Sabem de tal forma que já há até uma noção equivocada sobre o assunto. Existem Centros de Tratamento para pacientes com o TPB. Existe gente que sabe o que é a Terapia Dialética Comportamental. Você sabe o que é? Eu não sei, ainda não parei para estudar a respeito. Duvido que minha psicóloga saiba (nada pessoal contra ela, amo, beijos pra ela que é minha salvadora). 
Quantas pessoas, agora mesmo enquanto eu escrevo este post, estão se cortando, pensando em se matar, brigando com namorados/maridos por insegurança, achando que são loucas e que a culpa é só delas, que não devem ter ninguém na vida, como eu penso hoje (e olha que estou em tratamento!)? Quantas escutaram, como eu escutei, que são manipuladoras, dramáticas, que adoram se fazer de vítimas? Que são perigosas ao ponto dos companheiros não quererem entrar na casa delas para pegarem seus pertences por medo delas fazerem algo impensado?
Escutam isso e choram, se achando ETs, se achando incapazes, inúteis, malucas... Quantas não estão pegando agora a gilete e fazendo o corte fatal porque não aguentam mais o vazio?
E muito disso poderia ser evitado se houvesse informação. Se o TPB fosse tão conhecido como a Bipolaridade (bipolares, eu sei que isso não é vantagem, porque acaba todo mundo se dizendo bipolar), TOC, TDAH, quem sabe pelo menos se fosse aventada a hipótese "ah, pode ser que ela/ele seja border", quantas vidas não poderiam ser mudadas?
Falo por mim: a minha teria sido, com certeza.

Por isso ainda insisto em passar a informação aqui no borderline-girl. Eu vejo as visitas e penso em quantas pessoas estão por aí tentando se entender. Se eu ficar bem, será esta uma bandeira que vou carregar. A da informação.
19 de mai. de 2013

Devaneios e Podcasts



Acho que vou ler Freud. É. As coisas estão se emaranhando, o tempo está passando e eu continuo a derramar lágrimas. Sim, ainda penso em você. Não, não sei por que, mais ainda penso. Vou ler Freud, acho que é o que me resta. Olho pela janela, chove. Choveu o dia inteiro, ontem, a água varreu a cidade e eu nem notei, presa em meu mundo particular. Sonho com seus cabelos, seu sorriso, sua voz, me dói o peito, choro, quando isso vai acabar? Isso vai acabar? Tenho que começar a ler Freud, a biografia é grande, quem sabe eu entenda? Minhas coisas estão espalhadas, assim como os pedaços de meu coração. Corre vidro pelas minhas veias, talvez se eu me cortasse e visse o sangue eu me convencesse do contrário.

Sou uma fraude. Meu sorriso é falso, a risada é forçada, os assuntos vazios, eu ando, vago ainda perdida. Acham que eu não estou. Acham que sou diferente por causa do blog, porém o blog nada mais é do que uma válvula de escape, um paliativo, um placebo pra minha dor frequente. É sábado. O mundo corre lá fora de minha janela e eu aqui a devanear sobre minha existência miserável. Talvez eu esteja me fazendo de vítima, mas, quem se importa? Eu é que não. Na verdade já não me importa muita coisa. Então vou ler Freud e esquecer que estou aqui, presa por estas correntes que talvez eu mesma tenha colocado em mim, incapaz de lutar contra as memórias, incapaz de respirar sozinha. Tudo se foi. Suas coisas, meus sonhos, eu as vezes me atrevo a querer um futuro, todavia logo me lembro que não há motivo. Não há razão. Estou só. Perdida e só, eu, minha lâmina e meu computador, vivendo num mundo virtual pois foi o que me restou.

Então escrevo estas linhas pra me distrair. Da lâmina que me tenta, das lágrimas que correm, das vozes das pessoas lá fora, vivendo suas vidas, sorrindo, gritando, felizes, querem pouco, pedem pouco e têm tudo. Eu só queria alguém que parasse de respirar por mim. Por isso eu vou ler Freud. Quem sabe ele explica?

P.S.: Consegui gravar meu primeiro podcast. Está um pouco longo, pois minha capacidade de síntese anda meio avariada. Postarei aqui e na barra lateral do blog.

Apresentação / O que é o TPB?

17 de mai. de 2013

Desalento


   Quando olho no espelho, assusto-me. Vejo um pássaro frágil, abandonado numa gaiola de ferro. Estou opaca, sem ânimo, sem vida. Angústia. Essa é a palavra certa. Angústia, e nada mais. Mas então olho o mais profundo que posso em meus olhos tristes – o que tem de errado comigo? Deve ser meu coração. Ele vive em outra época – ou será outro mundo? Então é assim, um pouco de amor aqui, dor ali e mundo acolá. Pronto, está feito um coração. Este coração inútil que bate incessantemente dentro do meu peito esquerdo. Mínimo de amor, muita dor e o mundo escorrendo pelos olhos. Que amor, que amor? Talvez aquele que sinto pela minha pele, meus cabelos e minha mente – sei que somente isso vale à pena. Não vejo mais humanidade, compaixão, muito menos certezas - dê-me algo em que eu possa acreditar. As pessoas estão perdidas e dilaceradas, numa caverna tomada pela penumbra e morbidez. Que dor, que dor? Aquela que sinto pelo tédio. Comparo a uma morte em vida, uma verdadeira agonia. Sofrimento puro, sem escalas. Está não somente no coração, mas também na alma, impregnado, com cheiro e até gosto. Está aqui, sempre batendo à porta quando dou bom dia ao Sol. Mas é apenas dor. Apenas. E o mundo, e o mundo? É todo o resto. É tudo aquilo que não consigo – e nem posso – contar ou reduzir. É tudo que amo ou me causa desgosto. São os pecados da alma. Os segredos em minha mente. Um amor intenso - não importa quantas pedras eu colocar para dentro, ela sempre continuará flutuando na minha mente. E também as mentiras – até em um anjo cintilante acreditei. Enfim, é todo o resto, todo o resto. E a vida, e a vida? Não sei, nunca encontrei, nunca vi. Procurar? Tentei muitas vezes, mas nenhuma foi real. Será que ainda posso ver meu coração?
16 de mai. de 2013

O que é o TPB pra mim:



Neste meu post aqui, eu coloquei um texto que era tradução de um blog de uma border americana. Agora, vou contar o que o TPB é pra mim.

- TPB é sentir ciúme doentio de tudo e de todos.
- TPB é querer se cortar cada vez que sente uma dor emocional grande
- TPB é ficar completamente feliz quando algo bom acontece, como se nada pudesse dar errado, nunca mais.
- TPB é fugir da dor tomando vodka
- TPB é achar que ama um cara, mesmo sabendo que não deveria.
- TPB é querer falar com o ex-namorado, mesmo sabendo que vai ser maltratada, porque sempre se agarra no 1% de chance.
- TPB é não saber lidar com a frustração
- TPB é um medo irracional de nunca mais achar ninguém e se achar, ser abandonada.
- TPB é achar que os amigos não gostam de mim e não ligam para nada que se passa comigo.
- TPB é ter crises de raiva a ponto de quebrar um celular no chão.
- TPB é achar que a morte é uma opção pra parar a dor.
- TPB é amar loucamente.
- TPB é escutar dos amigos "você está mesmo tentando esquecer ele?" como se tudo resumisse a isso.
- TPB é ter medo de se aproximar de alguém por medo de machucar ou ser machucada.
- TPB é precisar sempre da opinião do outro para qualquer coisa que faça.
- TPB é não perder as esperanças até quebrar bem a cara.
- TPB é acordar bem e uma hora depois estar mal.
- TPB é tomar decisões na base do "vou fazer primeiro, depois penso nisso".
- TPB é dar importância às pequenas coisas.
- TPB é criar na sua cabeça um mundo onde tudo que você quer acontece para fugir da realidade.
- TPB é ler no rosto dos outros como estão sentindo.

E  pra vocês, borders que vem aqui?

* Gente e por favor ajudem o Ringo!! Postagem explicando aqui

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15 de mai. de 2013

Menininha Triste

Não é uma música border. Não fala do auto-flagelo ou abuso de substâncias. É uma música linda, melancólica, mas incrivelmente linda.



Little Girl Blue - Janis Joplin


Sente-se ali, hmm, conte em seus dedos.
O que mais, o que mais há pra se fazer?
Oh, e eu sei como você se sente,
Eu sei que você sente que já atingiu seu limite,
Oh ah wah ah sente-se ali, hmm, conte,
Ah, conte em seus dedinhos.
Minha infeliz, oh, menininha, menininha triste, yeah

Oh sente-se ali, oh conte aqueles pingos de chuva
Oh, sinta-os caindo, querida, por toda sua volta,
Querida, você não que está na hora?
Eu sinto que está na hora,
Alguém te disse, porque você tem que saber
Que tudo com o que você vai ter que contar,
ou em que vai querer se apoiar,
Vai se parecer exatamente com aqueles pingos de chuva
Quando eles estão caindo, querida, a toda sua volta.
Oh, eu sei que você está infeliz.

Oh sente-se lá, ah, vá em frente, vá em frente
E conte em seus dedos.
Eu não sei o que mais, o que mais,
Querida, você tem para fazer.
E eu sei como você se sente
E eu sei que você não tem nenhum motivo pra seguir em frente
E eu sei que você deve ter chegado ao seu limite.
Oh, querida, vá em frente e sente-se de volta agora mesmo.
Eu quero que você conte, oh, conte em seus dedos
Ah, minha infeliz, minha desafortunada
E minha pequena, oh, menina triste.
Eu sei que você está infeliz,
Ooh ah, querida, eu sei,
Querida, eu sei, exatamente como você se sente.





P.S.: Janis Joplin é muito amor!



14 de mai. de 2013

Dissociação e o 'Não-Viver'


    

Eu sou um robô. O que mais posso dizer? Eu sou um robô, sim senhor. Sou feita de carne, osso e vísceras, como toda gente. Mas sou um robô. Sinto-me assim e está difícil mudar isso. Estou no "modo automático" há muito tempo; penso, sinto, faço tudo automaticamente, como se todas as coisas perdessem o sentido para mim. 

Frequentemente vejo mundo como se eu estivesse fora do meu corpo (sou um robô de alma livre). Eu cresço, eu diminuo e não dá mais para viver assim. 

Sou um robô, sou irreal e preciso de ajuda.

                                                                         -


Por que estou contando meu caso, fato tão comum na TPB (a dissociação) e que certamente todos ou quase todos borders já passaram?

Porque às vezes nada é tão simples como se imagina e preciso escrever pra ser compreendida.

Quase 3 anos de tratamento e continuo cavando meu poço (cheguei no fundo dele há tempos). Meu quadro de dissociação é o grande vilão da minha história mal escrita. Das minhas inúmeras tentativas de suicídio, a maioria foi durante uma crise dissociativa.

Sei que algumas atitudes minhas pioram o quadro, como a bebida em excesso. Mas eu não tenho mais forças pra lutar, pra dizer não a uma lâmina, dizer que não quero a próxima dose de vodka... O apoio de minha família é essencial, mas inexistente. 

No meu estado atual, uma internação seria mais que bem vinda e tenho consciência disso. 


O que você acham? Como posso procurar essa ajuda sozinha?



P.S.: nunca pensei que era tão bom desabafar em um blog.