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5 de mar. de 2013

Devaneios no divã


Então, eu estava pensando... Tudo aconteceu porque eu tenho um comportamento borderline, então minhas reações são mais extremas que o normal?
Eu fiquei 5 anos num relacionamento com um cara que muitas vezes era grosso, não me apoiava em muita coisa, mandava eu me foder ou tomar no cu em discussões muito frequentemente, suportei 1 ano sem sexo (por neuras dele) sem traí-lo por medo de ficar sozinha, do abandono? Por que eu não fiz o que qualquer uma teria feito nessa situação, que seria EU terminar? Por que agora eu sofro e minha mente fica me pregando peças fazendo-me lembrar só dos momentos legais, para então sofrer miseravelmente?

Então ser Borderline é isso? É grudar nos amigos, é se sentir rejeitada ou mal-amada por qualquer "não" que falam? É se sentir incapaz no trabalho e logo depois muito mais capaz que os outros?
Não dá pra explicar como me sinto. Na verdade como sempre me senti. Como se eu não pertencesse a lugar nenhum. Faço um esforço imenso para me encaixar, mas no fundo sempre sei que meu lugar é lugar nenhum. Ou sou muito gorda, muito feia, pouco interessante, pouco inteligente ou muito inteligente, ou muito velha, ou nova demais ou...ou...

Coisas que a terapia faz com a gente. Fico pensando, lembrando das coisas que falei, (re)passando tudo como uma cena de filme em que assisto de longe para tentar entender de onde vem este sofrimento todo. Faz um mês que houve o término de meu namoro e ainda dói como se tivesse sido ontem. As lembranças são tão nítidas, a dor e tão real, outro filme passando na minha cabeça sem parar. Ele se mescla a tantas outras passagens da minha vida aonde tudo foi terrivelmente insuportável que eu pensava que a morte seria um presente.

Espero mais devaneios. Um de meus remédios acabou, a Quetiapina, meu antipsicótico amado. Não tenho receita, pois minha psiquiatra me deu as caixas e aparentemente ela não fez as contas direito. Ah claro, como devia ser, ninguém atende no consultório dela. Delícia. Alguém sabe as consequências disso?

Agora um pouquinho de Adele, que acompanhou minhas lágrimas de hoje. Acho que ela é a companheira perfeita das almas atormentadas e de corações despedaçados.





3 comentários:

  1. Olá!
    Naty
    Adele, boa música escolhida.Espero q esteja tudo bem por aqui!
    que relato forte e real. Confesso que depois q entrei aqui pela primeira vez comecei a ler sobre...quero que saiba que mesmo não conhecendo muito , compartilho de meu apoio sempre!
    E vc escreve muito bem!
    Meu carinho
    Boa quarta feira!
    Beijos

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  2. Felisberto,

    Muito obrigada pelas palavras de apoio e pelo elogio. Fico feliz também por você estar se interessando pelo transtorno borderline, que pelo que vi é mais comum do que se imagina. Tem um link aqui no blog com uma matéria da VEJA que explica bem.

    Beijos!

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  3. PQP NATY PASSEI POR ISSO KKKKKKKKKK

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