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4 de jun. de 2013
O que uma cenoura pode nos ensinar sobre o transtorno de personalidade Borderline?
Postado por
Nathalia Musa
Eu recentemente colhi cenouras na minha horta. Elas todas estavam assim – cenouras somente no senso comum que são laranja e crocantes. Não eram retas. Não eram geometricamente corretas. Não se pareciam em nada com as cenouras que se vê no mercado – você sabe, como as cenouras tem que parecer.
Isso é um padrão inflexível, que o fundador da Terapia do Esquema, Dr. Jeffrey Young, identifica como uma mentalidade que pode influenciar os sintomas do transtorno de personalidade Borderline.
Primeira lição: Padrões inflexíveis são padrões irreais.
Aquele padrão é inflexível porque é irreal. Racionalidade e realismo perdem para uma crítica exacerbada que está internalizada.
Meu cunhado e ávido jardineiro, Ben Batti, mandou-me um e-mail dizendo que as cenouras que compramos no Mercado são geometricamente corretas por causa das condições especiais de solo e engenharia genética – nenhum desses se aplicaria à minha horta.
Primeiro, a última engenharia genética naquela semente data do século 16, na Holanda, de acordo com biggreenparentes.com. Agricultores misturaram a cenoura amarelo-pálido com cenouras vermelhas para criar as cenouras laranja em honra da Casa de Orange, a família real holandesa. Então minhas sementes de cenoura eram de cenoura comum, não sementes de elite cuidadosamente selecionadas, resultado de gerações de seletividade.
Segundo, minha horta tinha um solo de argila. É difícil de cavar. Apesar do solo de Miami ser ideal para ajudar plantas pesadas como tomate e milho, não é sempre gentil com raízes. Minhas cenouras teriam que lutar com a terra para crescer.
Segunda lição: Limitações não são fracassos.
“A preparação do solo para cenouras consiste em cavar em uma profundidade de pelo menos 12 polegadas e remover todos os traços de pedras e outros segmentos.”, Ben escreveu. “Até mesmo um pequeno galho pode prejudicar o crescimento da cenoura, fazendo a raiz ficar pequena ou com formato de garfo. “
É uma metáfora profunda. Na horta ou na vida, condições perfeitas são praticamente impossíveis de se alcançar naturalmente. De jeito nenhum uma mulher com uma pá emprestada e acesso limitado ao terreno poderia criar um solo ideal para uma cenoura crescer.
Isso foi uma limitação? Sim. Mas como poderia ser um fracasso? As cenouras cresceram, que era o meu objetivo. Eu tive que me lembrar, como você deve fazer as vezes, que qualquer coisa que minimiza o cumprimento de um objetivo pode disparar o gatilho para os sintomas do TPB.
Você pode ser uma pessoa com meios limitados para modificar seu solo ou situação de vida, para que seja propício ao crescimento. Pode ser que você olhe os outros com inveja, desejando ter este tipo de poder. Porém, você é responsável somente pelo que pode fazer. Aceitar isso ajuda a manter a crítica dura, frequentemente um sintoma do TPB, em cheque.
Terceira lição: Os Obstáculos afetam o resultado.
Sua horta pode ser um território novo com vários obstáculos escondidos. Podemos começar a cavar e descobrir rochas, vidro quebrado e pedaços de metal.
Deixar estes detritos no solo causa problemas, alguns potencialmente fatais para um crescimento maior. Reconhecer estes restos e tomar uma atitude para removê-los é difícil, mas essencial para um crescimento contínuo
Um passo crucial para se recuperar do transtorno de personalidade Borderline é se perceber e se aceitar. Aceitar seu “eu” autêntico muitas vezes quer dizer reconhecer que o “padrão” é irreal, ou até não natural.
(tradução livre do artigo: "What can a carrot teach us about borderline personality disorder?")
* Acredito que este texto não se aplica somente os borders, mas para todos que tem um transtorno. Costumamos nos auto-denominar “diferentes”, “estranho”, “loucos” porque nos prendemos a padrões que estão somente em nossa mente.
Marcadores:comportamento borderline,TPB,transtornos
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Já pensou alguma vez nos outros seres vivos? já pensou que você também pode ter a sua própria horta? para viver simplesmente sem pensar e levar a serio tudo que lhe rodeia:
ResponderExcluirag
wow! adorei! vou levar para o meu grupo bipolar do face com os créditos, vai ajudar muita gente,bjs
ResponderExcluirhttp://eubipolarbuscandoapaz.blogspot.com.br/
"você é responsável somente pelo que pode fazer."
ResponderExcluirPerfeito.
Esse texto me ajudou muito. A não me recriminar tanto, por não ser como o mundo diz que uma mulher de 27 anos deveria ser.
Obrigada pelas palavras :) E eu não disse lá no meu blog, mas os leitores "não sumidos" ganham 3 abraços super apertados! rs
3 + 1 abraços apertados da Flor~*
http://bipo-analisando.blogspot.com.br
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNunca pensei em relacionar legumes/frutas/verduras com transtornos pisquiátricos mas até que, filosoficamente faz sentido =p.
ResponderExcluirBom não acho que os produtos geneticamente modificados precisam ser tão condenados ou nos moldes do que é "padrão da sociedade". Veja bem, meu padastro é agricultor e sabemos que é necessário fazer pequenas alterações nos alimentos para assim conseguirmos vender. Capitalista? Não. Somente sobrevivência. E se as coisas são "alteradas"c para se apresentarem melhor ao mercado, isso também não reflete á nós mesmos diante de todos. Saímos de casa arrumados, vamos á um encontro arrumados, gostamos de maquiagem, roupas boas...até mesmo exercitamos a inteligência para nos tornamos agradáveis não apenas aos outros mas para nós mesmos.
Mas não precisamos ser como a sociedade quer que sejamos. Porém para vivermos nelas temos que ser um pouco flexíveis, assim como a sociedade também precisa ser flexível para agregar todos os tipos de pessoas.