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7 de jun. de 2013

Transtorno de Personalidade Borderline: IMPULSIVIDADE

Critérios para o diagnóstico do Transtorno de Personalidade Borderline: o indivíduo precisa ter pelo menos 5 dos seguintes sintomas:

(1) esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginado.
Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante, coberto no Critério 5
(2) um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização
(3) perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentimento de self
(4) impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (por ex., gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, comer compulsivamente).
Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante, coberto no Critério 5
(5) recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante
(6) instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (por ex., episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias)
(7) sentimentos crônicos de vazio
(8) raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (por ex., demonstrações freqüentes de irritação, raiva constante, lutas corporais recorrentes)
(9) ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou severos sintomas dissociativos

Como havia começado em abril, resolvi comentar sobre cada sintoma do TPB individualmente. Aqui e aqui você pode me ler falando sobre a raiva Borderline e a dissociação. 

(4) Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (por ex., gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, comer compulsivamente).

Impulsividade é a tendência em agir sem inibição e sem considerar as consequências deste ato. As pessoas com o Transtorno de Personalidade Borderline agem caracteristicamente de uma forma impulsiva de formas que podem ser auto-destrutivas.

Este sintoma pode manifestar-se de diversas maneiras, mas as seguintes são alguns dos tipos de comportamento impulsivo mais comuns:
- Abuso de substâncias
- Gastos excessivos ou compra compulsiva
- Vício em jogos de azar 
- Compulsão alimentar 
- Comportamento sexual arriscado 
- Gritos ou ameaças de machucar os outros 
- Direção imprudente 

Os borders frequentemente engajam-se em tais comportamentos impulsivos como uma forma de lidar ou liberar suas emoções. Indivíduos com o TPB podem não demonstrar claramente este tipo de comportamento para os outros e muitas vezes o fazem em segredo.

Todavia, só porque alguém age impulsivamente não quer dizer sempre que a pessoa tenha o TPB. é um indicativo para o o transtorno de personalidade borderline quando o comportamento compulsivo se torna frequente ou perigoso.

Esse tipo de comportamento impulsivo frequentemente mascara o TPB que está oculto porque ele pode ser mais fácil de identificar e diagnosticar que o transtorno de personalidade borderline. Pode ser que o border primeiro seja diagnosticado em um de seus transtornos compulsivos, mesmo que o comportamento impulsivo seja um mecanismo em vez da condição em si.

Engajar-se nesse tipo de comportamento pode levar a problemas em relacionamentos, finanças e trabalho, além dos que os borders normalmente já experienciam. Sem um tratamento apropriado para este sintoma do TPB, pode se tornar ingovernável e potencialmente perigoso.

A terapia ajuda àqueles com o Tpb a lidarem e reduzirem sua impulsividade, trabalhando tópicos como a fonte de tal comportamento, os porquês, assim como ensinar aos pacientes a ficarem mais conscientes de suas ações e dos gatilhos que fazem tais atos acontecerem, conseguindo isso se tem tempo para parar e considerar as consequências de seus atos.

Medicação para os sintomas do TPB e a impulsividade

Os remédios podem ajudar também com a impulsividade, porém são mais eficazes quando usados em conjunto com a terapia. O uso de medicamentos não é considerado a primeira escolha para o tratamento, mas podem ser úteis ao tratar alguns sintomas do TPB e/ou transtornos de humor que tenham sido diagnosticados em conjunto com o Borderline, como a depressão.

De acordo com a organização de pesquisa cerebral The Dana Fundation, inibidores seletivos de reabsorção de serotonina, frequentemente prescritos como antidepressivos, podem ser eficazes no tratamento do comportamento impulsivo e agressivo típico dos borders, como também funcionarem em pessoas que não mostram nenhum sintoma de depressão.

Remédios similares, como a Venlafaxina e a Nefazodona também podem ser úteis ao tratar a impulsividade. Estas drogas ajudam a corrigir um problema no sistema da serotonina.

(fonte: tradução livre do artigo: "Exploring BPD Symptoms: Impulsivity")
- Algumas alterações no texto foram necessárias por focarem bastante na realidade existente nos EUA, utópica para nós pobres mortais.


* Se carência é meu primeiro nome, impulsividade é meu sobrenome. Meu lema sempre foi: Faço primeiro, penso depois. foi assim que experimentei (quase) tudo em minha vida, enlouquecidamente, pensando nas consequências só quando tudo já tinha dado errado.

Poderia citar tantas coisas aqui neste blog que estou até com dificuldade de começar. Mudei-me de Curitiba para Recife num ato impulsivo e voltei em outro. Gastava dinheiro que tinha para pagar o aluguel em festas e muita cerveja. Tenho vontade? Compro! Depois eu vejo como vou conseguir o dinheiro. Vale salientar praticamente NUNCA consegui manter uma poupança por mais de 3 meses. Planos eu tinha aos montes, juntaria dinheiro, aí atingiria tal objetivo e aí... no meio do caminho queria muito alguma outra coisa.

Sexualmente falando não sei se posso me chamar de promíscua. Porém posso dizer que tentei de todo o possível. Sexo a três, troca de casais, homossexual, beijos quádruplos... Posso falar? Sem arrependimentos. Transar no primeiro encontro também nunca foi um problema muito sério pra mim.

Drogas? Taí. Acho que meus pais fizeram um bom trabalho neste quesito, viu? Pasmem, sou mega-careta. Cocaína, ácido, nada disso me seduz. Maconha? Experimentei. Agora, pensem numa coisinha que deixa você retardado? Pra que eu vou ficar usando um negócio pra ficar boba? E que cheira ruim? Provei-a seis vezes. Todas para ver se eu estava errada, pois todo mundo me falava tão bem que eu comecei a pensar que o problema era eu. Não era. Mais fácil tomar uma garrafa de vinho barato. fumando meu Marlboro mesmo. Bebida já é outro departamento. consigo sim tomar uma cervejinha e ir dormir mas quando estou levemente fora de mim... Podem multiplicar bem este número. 

Acordo, me dá os "5 minutos" e vou lá e faço. Há três noites atrás aconteceu algo mais ou menos assim: me deu a louca e comecei as burradas cedo. De repente decidi que queria comprar lâminas mais afiadas para me cortar (nem estava com vontade!), fui lá e comprei. Como havia sonhado com C. por 3 noites seguidas, resolvi que não ia dormir e para isso não tomei os remédios. Não satisfeita e com um pouquinho da ajuda da vodka que estava tomando, mandei um e-mail, depois de ter conseguido ficar ausente por 1 mês, para o desgraçado do C., com uma letra de uma música de dor de cotovelo. ainda foi pouco e me deu a louca de mandar para meu melhor amigo um arquivo que estou escrevendo contando da minha vida, algo que tem a ver com a terapia, e neste arquivo estava escrito que eu estive apaixonada por ele, bem, que havia forçado a barra para me pensar apaixonada por ele, porque estava me sentindo-me só e... bem... mandei mesmo a droga do arquivo. Por que? Porque estava querendo isso na hora. A conta que estou pagando? Silêncio absoluto deste meu amigo e um ex-namorado que está muito provavelmente rindo de minha cara.

Não sei se consegui ser clara em poucas linhas. É porque a  impulsividade para mim é um estado de espírito, talvez seja por isso que seja difícil citar casos. Eu sou assim: quero-faço. Incluam qualquer coisa, a qualquer preço. e acreditem, na maior parte das vezes, são caros demais.

** Ah sim, aos que ainda achavam os borders simplesmente promíscuos, espero que eu tenha conseguido explicar que o problema é a impulsividade e não o sexo em si...


3 comentários:

  1. Eu acho, acima de tudo, que você é uma menina de muita coragem em abrir assim as suas fragilidades, "imperfeições", nunca tentativa, talvez, de espiar pra todos os lados, na esperança de vir um socorro.

    Quem por aqui estar pra jugar os atos de quem quer que seja? Quem por aqui apresenta atestado de perfeição? Ninguém, né? Somos, cada um, uma coisa única e intransferível. Eu só lamento que a sua coisa única e intransferível seja uma bagagem tão penosa de carregar.

    Ruim é a impotência, de olhar tudo de longe sem poder fazer lhufas.

    Um beijo, menina.

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  2. Olá!
    Quem é você que um dia colocou-se de seguidor do meu blog e nunca mais voltou....Amanhã eu volto para ler o seu blog, pois agora vou às compras
    Abraços
    Lua Singular

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  3. Esse seu texto em branco parece que fui eu que escrevi. Nossa!!! Uma vez larguei tudo e num pé fui morar em outro país, no outro impulso estava no Brasil de novo. Estou tendo noção do que é borderline agora. Nunca me cortei/queimei mas já deixei muita gente preocupada achando que eu iria me suicidar... Depois parei com isso mas sofro com outros impulsos. Sucesso na sua luta!

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