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29 de jul. de 2013
Quero matar meu ex-namorado.
Postado por
Nathalia Musa
E minha mãe. Meu pai podia ser morto também, acho que me faria bem.
Você que está lendo estas linhas deve estar achando que finalmente eu surtei de vez e assumi meu lado psicopata. Não, ainda não cheguei neste ponto.
Um dos princípios do tratamento psicanalítico é "matar pai e mãe". Claro que ao dizer isso, Freud o faz num sentido figurado, não matar propriamente dito, mas matar simbolicamente as figuras paternais introjetadas em nós, quando chegamos a idade adulta, no sentido de nos libertarmos da submissão aos pais, da autoridade e principalmente da dependência que temos deles.
Escutei minha psicóloga falando isso para mim em minha última sessão e fiquei refletindo. Acho que eu teria que matar quase todo mundo, pois é inacreditável a dependência emocional que tenho para com aqueles que conseguem estar muito ou razoavelmente próximos a mim, de uma forma em que uma opinião deles sobre minha pessoa afeta toda e qualquer crença que eu tinha antes disso. Um exemplo? Discuti com a minha mãe um dia desses e ela acabou falando que eu lia muito sobre o borderline, mas que na hora de colocar na prática eu não fazia nada. Bem, eu sei o progresso que venho tendo. Sei também que ela disse aquilo num momento de emoção e que não condiz com a verdade. Porém só de escutar, e somar esta declaração com uma muito parecida, dita pelo meu queridíssimo ex, o C., fiquei abalada, questionando se eu realmente estava avançando ou se estava simplesmente iludida.
A questão central aqui não é o que ela ou C. acham, é como isso afeta a MINHA verdade. Teoricamente, se eu tivesse uma crença nos meus sentidos e em minhas opiniões, eles até podiam achar isso, acharem que eu estava louca varrida, mas quando estamos bem consigo mesmos estas opiniões não nos afetam.
Citei minha mãe, porém foi só para exemplificar. Poderia falar de tantos outros, como C. me chamando de burra ou de "crazy bitch" (cadela louca... ou algo parecido). Até coisas mais amenas, como uma crítica leve no trabalho, que geralmente faz eu pensar que TUDO que fiz está uma droga ou um amigo dizendo para eu não fazer algo que eu estava determinada a fazer e eu acatar porque para mim se o outro acha é porque deve estar certo.
Resumindo, eu queria matar sim, meu ex, minha mãe, meu pai e uma penca de gente mais. Para que eu possa ter uma relação mais saudável com eles (tirando C., ele é só pra que seus comentários depreciativos parem de ecoar na minha cabeça). Quero poder ter um amor-próprio e um senso de identidade para não me abalar com qualquer opinião que tenham sobre mim ou sobre o que faço. Quero poder colocar uma roupa e, se me sentir bem com ela, sair de casa sem preocupar-me com o que vão pensar. Quero não me abalar quando minha mãe diz que eu deveria emagrecer, ou quando me dizem que me exponho demais, ou quando questionam meus motivos. Entendam, não é que eu queira ser uma porra-louca que vive em seu próprio mundo sem noção do que é certo ou errado.
Eu quero poder escolher por mim mesma. E aguentar as consequências de minhas escolhas, certas ou erradas, mas tomadas por mim, não por uma mente que insiste que meu valor e minha verdade só existem quando afirmadas por terceiros.
Matando certas pessoas eu renasceria melhor, para mim, e para eles.
..............................................
Com mais de 500 mil exemplares vendidos somente nos EUA, "Pare de pisar em ovos" lida com um tema marcante nos dias atuais: o transtorno de personalidade borderline (TPB). Este livro busca entender este transtorno destrutivo, estabelecer limites e incentivar amigos ou familiares com o transtorno a deixar de lado comportamentos perigosos. Ele discute as últimas pesquisas sobre um problema caracterizado pelo limite das emoções e apresenta técnicas de comunicação e estratégias de enfrentamento para que o leitor possa equilibrar seu relacionamento com um borderline.
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Vivendo a Vida com Borderline
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Marcadores:comportamento borderline,devaneios
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Eu compreendo essa necessidade de crescimento, autoafirmação e, sem querer praticar de psicologia por correspondência, acho mesmo muito positivo essa sua autoanálise. É uma evolução, né não?
ResponderExcluirQuando quiser espiar algo em vc e pensar "olha que bacana", faça-o sem temor, porque há muita coisa bonita por trás desse seu olhar de embelezar o mundo.
Beijo! Cuide-se...
Oi Eilan, tudo bom?
ResponderExcluirMe identifico 100% com seu post! È horrivel como o outro se torna nossa referênica. Na verdade é ótimo no começo. Idolatramos e aprendemos muito com o outro. Mas quando esse outro vai embora, o vazio vem e nos damos conta de nós mesmos. Ao mesmo tempo que ai pensamos a posso escolher sozinha e ai quando vamos fazer isso... ops o que eu faço mesmo? Será que isso é bom? Será que não é melhor outra coisa? Não sei se vc é assim mas eu sou.
Machuca muito estar junto e destrói não estar junto.
Mas o bom é equilibrar as coisas, estar junto e ser vc, ou não depender tanto do outro, não esperar tanto... E é otima a sua percepção. Isso ja siginifica mudanças! Obrigada por compartilhar isso. Tb estou aprendendo muito.
Um beijo grande ;)
Bom dia Eilan.. este titulo ai é o que a gente costuma falar realmente quando esta raivoso para cima de alguem.. isso só nos pede um mergulho em nós mesmos e saber o que esta predominando geralmente a mulher é emocional ao extremo e o homem muito mental.. não podemos deixar estas duas forças nos dominarem senão nossa vida vai pelo ralo.. sempre muito bom ler-te te desejo um lindo dia bjs
ResponderExcluirConseguir a autoconfiança é necessário, estou certo que vai conseguir conquistar tudo que satisfaça inteiramente os seu desejos.
ResponderExcluirSeja feliz, amiga!
Nunca mais tive a honra da sua simpática visita, esqueceu-me?
ag
Amiga postagem perfeita! Faz me refletir no ponto certo. Ahh, e amei tu ter colocado a imagem da cena do filme! =P
ResponderExcluirBJS
Eilan, vc tem um talento incrível para escrever. Adoro seus posts, esse está fantástico. Verdeiro e tenho certeza que vc vai alcançar o que deseja. Creio que todos nós temos essa dependência em maior ou menor grau da opinião, ou do valor dos outros. Bjs
ResponderExcluirOi bom dia. Eu namoro um boderline e sei o quanto é difícil pra quem é e pra quem convive. Gostaria de saber mais como lidar be tentar entender essa explosão de emoções e de compreender que os excessos de raiva é pelo transtorno e não pessoal. Mas é tão difícil. Nos somos noivos, compramos a casa e tudo mais e a dois dias terminamos por bobeira, mas também por ofensas da outra parte pra minha. E também desconfiança absurda junto com uma certeza de tudo que o borderline diz. É muito confuso. Gostaria de conversar mais com você e entender mais esse universo mas de outro ângulo sem ser o do meu convívio. Meu e-mail é: tauantpa@gmail.com aguardo contato. Grato!!
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