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14 de ago. de 2013
Do que vi em ti sem querer ver em mim...
Postado por
aff
Desde que tive meu próprio diagnóstico, busquei em todas as fontes ao meu alcance, as saídas, explicações e tratamentos viáveis. No entanto, quando o diagnóstico ja não era meu, mas sim da minha então companheira, as atenções e buscas deixaram de ter um caráter apenas de busca.... viraram uma verdadeira experiência de imersão... um mergulho de cabeça em um mundo que não era meu. Por tal imersão, e consequente entendimento decorrente dela, acabei em posição de ser procurada por outros familiares que estão na mesma busca, o que além de revitalizar minhas forças, me fez mergulhar ainda mais nesse mundo cheio de paradoxos e inconsistências com o que acreditava e praticava. Em um mundo de sensações e emoções a flor da pele, descobri coisas sobre mim mesma que, se não fosse essa entrega e disponibilidade em trocar informações com outros familiares, jamais teria descoberto. Vejam bem... em conversa com a irmã de uma portadora de TPB, cujo relato é de alguém que arrisca o próprio relacionamento e abandona a faculdade para cudiar da irmã no momento de crise, que eu mesma fiz o mesmo... como não se compreender refletido na atitude de seu companheiro e não perceber que suas motivações são exatamente as mesmas e, por consequência, várias características do que via nesse espelho são sim igualmente percebidas em mim.
Tenho certeza de já ter citado em post anterior uma clara admissão de minha relação ter uma natureza co dependente... Mas até que ponto somos mesmo capazes de perceber em que nível nos ligamos a alguém??? Hoje, rompido o elo, eliminados os equívocos, percebo que além da minha tendência ao apego excessivo (sim, eu reconheço, eu tenho a tendência ao amor meio Cazuza... jogado aos seus pés...) o não conhecimento da natureza dos mecanismos do comportamento border, foram dilapidando dia apos dia minha confiança e autoestima e, quanto mais fragilizada, mais dependente. O que se conclui??? Bem, na minha reles compreensão mundana ficam duas lições.
1ª - Não importa qual seja a natureza da necessidade de seu parceiro, irmão, pai ou filho.... BUSQUE o entendimento sobre os mecanismos que os movem... tenho ainda uma série de sequelas emocionais ecoando dentro de mim e que, sei, vão demorar a calar. Se eu entendesse realmente o que se passava, teria tido a chance de, não apenas evitar esses ecos, como também de ter sido mais assertiva no apoio que oferecia a ela. Mesmo porquê, como oferecer equilíbrio a alguém se você mesmo estiver na corda bamba???
2ª - Ciúme, saudade, medo, ansiedade, dependência.... são coisas inerentes a todos os seres humanos... todo mundo sente isso e aquilo em maior ou menor grau... Na maioria das vezes, não é qual dessas coisas você sente mais ou menos.... mas sim o que você faz com estas emoções... Em respeito a mim mesma, me obrigo a desvincular minhas escolhas da existência de um zelo desnecessário para com quem não deseja ser zelado... retomando velhos projetos deixados de lado em prol de coisas que não diziam respeito realmente a mim e tratando de inserir a autocrítica como companheira diária, policiando meus atos e escolhas para que não volte a esquecer que o centro do universo individual como algo que vá além do que é realmente inerente a minha individualidade...
Sei que essa conversa está parecendo meio narcísica.... mas este é o momento mais necessário para validação deste processo.... eliminar as dores, resgatar o que ficou de aprendizado e construir com o que ficou um novo caminho... E se a vida for mesmo essa tourada.... Que venga el toro!!!!
(A propósito.... pra quem não me viu por aqui, me chamo Paula, venho de um relacionamento de seis anos com uma portadora de TPB e também sou a nova colaboradora deste blog.)
Marcadores:família,relacionamentos
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Concordo muito com o que foi dito acima, se nao estivermos bem connosco nunca poderemos ajudar o outro !
ResponderExcluirEu queria esclarecer umas duvidas, se me pudessem ajudar eu agradecia muito. Eu tenho 19 anos e estou fortemente convencida que o meu ex namorado sofria de TPB, penso que me tornei co-dependente. Já li imenso sobre o transtorno e sobre co-dependencia e tudo bate certo. Mas ainda tenho algumas duvidas na cabeça. O TPB pode ser progressivo, ou seja a pessoa pode apresentar traços borderline e quando atinge o inicio da idade adulta ele começa a desenvolver o transtorno ? E pode haver um episodio especifico que desencadei isso ? Pode começar com um estado depressivo por uma ma aceitação de uma realidade dificil por exemplo ?
Desculpem o incomodo mas eu estou meio perdida
Olá!
ExcluirBem... Se eu entendi bem suas perguntas, lá vai:
1. No meu ver o TPB não é progressivo... na raiz da palavra. Os episódios vão piorando sim, a medida que o tempo passa e não há tratamento. A pior fase é entre 20-30 e poucos anos, mas eu, por exemplo, fui diagnosticada só aos 33 e só agora as coisas estão melhorando.
2. Pode sim haver um episódio que seja mais grave, tipo, eu sempre tive as crises mas conseguia sair sozinha. foi nesta última que tudo desmoronou mesmo. Não é que eu não fosse border antes, é que algo foi a gota d'água para que eu não conseguisse lidar mais sozinha.
3. Acho que a má aceitação poderia ser algo sim, dependendo do nível, pode ter sido um gatilho.
Qualquer coisa escreve pra mim!!
borderlineggirl@blogspot.com
Bjos!
Eilan
Ok, muito obrigado, eu vou escrever sim senão se importar, acho que so explicando melhor o meu caso talvez ajude. bjos
ResponderExcluir"Quem pergunta a própria pergunta parece louco.
ResponderExcluirQuem busca entender o que não foi dito parece louco.
Quem conversa no escuro parece louco.
Quem desconversa na claridade parece louco."