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6 de ago. de 2013

pontes e precipícios


Hoje eu consigo sentir. Sinto os sangue em minhas veias, a vida correndo pelo meu corpo, meus pensamentos não estão tão confusos e eu consigo focar em uma coisa de cada vez. Hoje. Amanhã pode ser diferente. Amanhã eu posso acordar sem a capacidade de sentir coisa alguma, e então eu vou querer me cortar para ver o sangue escorrendo pelos meus braços e provar para mim mesma que eu continuo viva. Amanhã minha mente pode estar confusa demais para prestar atenção no mundo a minha volta. Amanhã meu monstro pode estar forte o suficiente para falar coisas horríveis no meu ouvido. Nunca se sabe. E eu vivo cada dia como se fosse o último, porque quem me garante? Quem pode me garantir como a Sabrina vai acordar amanhã? Talvez eu mude de ideia, talvez eu morra com a mesma ideia fixa em mente. Eles dizem em instabilidade, emocional, em relacionamentos e decisões. Eu não acho muito diferente da instabilidade presente nas pessoas normais, só um pouco mais amplificado talvez. Aquela linha tão tênue entre o normal e o estranho, o louco, o desajustado.

Somos estranhos, loucos e desajustados, mas antes disso também somos pessoas normais. Que amam, que sonham, que merecem a felicidade como qualquer outra. E daí se eu mudo de ideia a cada 5 minutos? E daí se eu amo e odeio de uma hora para outra pelos motivos mais estranhos? São coisas que fazem parte da doença, mas antes disso, fazem parte de mim. Intenso é a palavra certa. Nós somos intensos. Não sei se isso é positivo ou negativo - talvez as duas coisas -, mas é o que somos. Sempre vivendo a beira do precipício, nos perguntando quando devemos nos atirar e o quão fundo cairemos daquela vez. E a gente se atira, uma vez depois da outra, porque não conseguimos aprender com os nossos erros. Tem a porra de uma ponte ligando um lado ao outro do precipício e a gente continua se atirando como se não tivéssemos escolha. Não conseguimos enxergar a ponte, não sabemos como ela funciona e, principalmente, não confiamos nela.

Então nos jogamos, de novo e de novo. Esperando que, um dia, tantas quedas nos ensine a voar.

3 comentários:

  1. me parece que com o tempo muitos sentimentos serão amenizados, e se vc não dominar total, pelo menos acho que vai conseguir um pouquinho de paz. o tempo é o melhor remédio. bjs

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  2. Penso que a vida é bem mais difícil para pessoas como nós (no meu caso sou bipolar), sinto as mesmas coisas que vc acabou de descrever a questão de não saber como vai estar no dia seguinte, também sinto tudo de uma forma muito intensa e pra mim é difícil viver dessa forma, mas quem sabe um dia aprendo a lidar melhor com essa questões.
    bjos

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  3. Otimo texto sou bipolar e border,tenho esses sentimentos assim como todo ser humano,claro que mais intensificado como vc mesmo disse,quando me deparo com a estabilidade me delicio,me sinto uma normalóide pena que isso aconteça tão pouco,uma ou duas vezes por ano,da ultima vez durou uma semana nunca durou tanto foi maraaaaaaaaa,mas num suspiro ela se foi,sou uma mutante nos sentimentos,pq eles estão em constante mudanças....bjs

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