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23 de ago. de 2013
Sobre amores e brisas.
Postado por
Nathalia Musa
Hoje me peguei assistindo Malhação. Acho que estou em uma fase carente, devido ao restabelecimento de uma cirurgia, então fico imaginando como seria bom ter um colo ou alguém para me mimar um pouco.
Porém aí que mora o perigo. Assistindo as cenas melosas dos novos mocinhos da novelinha adolescente, me ocorreu que eu só busco este tipo de amor idealizado: aquele que o mocinho fica com a mocinha, a cobre de beijos apaixonados e nunca, nunca mesmo a magoa. Acontece que todo mundo magoa todo mundo, intencionalmente ou não. Não somos perfeitos e as comédias românticas são tão perfeitas porque não mostram o depois, o dia-a-dia, a convivência com os pequenos detalhes diários que compõe a nossa vida.
Não estou classificando isso como um sentimento border, mas como uma falta de maturidade de minha parte, a de ficar almejando este amor idealizado, onde o romance está presente 24 horas por dia.
Acho que é aí que o borderline entra. Ou é perfeito ou é horrível. Tenho aquela mania de acreditar que só meu relacionamento passa por altos e baixos, e que não deveria ser assim porque amor quando é amor a gente tem que ficar junto sempre e... É mesmo? Analisando agora, como deve ser cansativo mesmo não ter tempo de sentir saudade, de fazer as pazes, de ficar ansiosa depois de uma longa separação? E como deve ser incrivelmente bom não achar que o parceiro vai nos abandonar pra sempre a cada discussão onde ele sai batendo a porta.
Fiz muito pouco isso, mas lembro que todas as vezes que deixei meus parceiros livres eles voltaram pra mim por si só, e para minha total surpresa. Pois achamos que eles nos fazem um favor estando conosco, pois não somos dignas. Aí que entra essa obsessão por este amor romântico, pois nas telas, naquele mundinho imaginário que dura algumas horas de filme, eles não se desgrudam e preferem a morte à uma vida de separação. Mais ou menos como Romeu e Julieta que, numa sacada fantástica da minha marida Miss Danielle, com certeza eram borders. Quem mais vocês conhecem que se apaixonam instantaneamente no instante em que trocam olhares e que o amor que nasce é tão grande e forte que os faz mandar a merda uma rixa antiga de família?
É... mas eles morreram né? Porque, sendo borders, não durariam uma semana. Ainda mais naquela época que tudo era resolvido na base da faca, Julieta ia dar um escândalo público em cima da primeira priminha abusada que olhasse pro Romeu por mais de 2 segundos e Romeu ia tirar as tripas da mucama dela por ciúme, porque ela falava mais com Julieta do que ele...
Exageros a parte. Tenho que aprender que amor não é tempestade, é mansidão, é perene, é calmo. sou acostumada a loucos sentimentos e intensidade por deveras exagerada, então acho que não reconheço amor quando vejo um. Pois se sou vendaval, ser brisa é sonho distante. Quero ser uma, todavia. Quero ser vento fresco e necessário e não me sentir na obrigação de chover com raios e trovões ao menor perigo.
Quero amar ser eu. Pra poder ter outro vento soprando comigo sem ter medo que ele vá balançar os cabelos de qualquer outra moça, pois saberei que as correntes nos manterão juntos mesmo que separados. E que se ele resolver soprar em outro lugar, bem, e daí? Eu vou saber, e gostar, de voar sozinha.
...................................
Com mais de 500 mil exemplares vendidos somente nos EUA, "Pare de pisar em ovos" lida com um tema marcante nos dias atuais: o transtorno de personalidade borderline (TPB). Este livro busca entender este transtorno destrutivo, estabelecer limites e incentivar amigos ou familiares com o transtorno a deixar de lado comportamentos perigosos. Ele discute as últimas pesquisas sobre um problema caracterizado pelo limite das emoções e apresenta técnicas de comunicação e estratégias de enfrentamento para que o leitor possa equilibrar seu relacionamento com um borderline.
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Eilan, realmente esses romances idealizados só atrapalham nossa vida. Eu cresci lendo aqueles livros da séria Julia, Sabrina e Bianca, com amores impossíveis de acontecer na vida real.
ResponderExcluirUm dos meus maiores conflitos foi aprender justamente que o amor é exatamente aquele arroubo, aqueles sentimentos extremos. Aprendi a curtir as pequenas coisas do dia a dia.
Espero que vc se recupere bem da cirurgia e que fique bem. Bjs
kkkkkkkkkk achei que só eu brisava em Tristão e Isolda, Romeu e Julieta e todos os grandes Fulanos e Beltranas da história.... Mas... ótima colocação!
ResponderExcluirPor isso mesmo nem vejo mais novelas e filmes de romances, to tentando proteger minha emoção e fugir dessa coisa de amor idealizado, final feliz e ficar junto pra sempre. Tô me sentindo um pouco egoísta, sei lá de repente estou mais voltada pra mim mesma, mas acho que cultivar amor próprio é meio isso.
ResponderExcluirBjs
Ola Eilan,
ResponderExcluirEspero que esteja se recuperando bem da cirurgia.
O amor na vida real é totalmente diferente do amor das novelas e filmes. Somos pessoas repletas de falhas e manias, que de diverte, ri e tambem chora.
Um lindo final de semana!
Bjss
Nossa, eu sou tão assim.
ResponderExcluirOntem até escrevi no meu face que se um dia tiver uma filha, ela nao vai ler contos de fada. Vivi esperando um príncipe encantado, sempre buscando alguém que estivesse lá pra mim 24 horas, como se fosse um enfermeiro.
Boa recuperação!