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19 de ago. de 2013
Uma Carta Aberta de nós com Transtorno de Personalidade Borderline:
Postado por
Nathalia Musa
(Carta escrita por Debbie Corso, border escritora de livros sobre a recuperação do TPB e blogueira)
Queridos amigos, parentes, amantes, ex-amantes, colegas, filhos, e outros conhecidos de nós com TPB,
Vocês podem estar frustrados, sentindo-se incapazes de ajudar e prestes a desistir. Não é sua culpa. Vocês não são a causa do nosso sofrimento.Vocês podem achar difícil de acreditar, já que nós podemos atacar vocês, mudar de ser amável e generoso(a) para não-confiável e cruel em um piscar de olhos, e nós podemos até imediatamente culpá-los. Mas não é sua culpa. Vocês merecem entender mais sobre essa condição e o que nós desejos poder dizer mas talvez não estejamos prontos.
É possível que algo que vocês tenham dito ou feito ativou nosso “gatilho”. Um gatilho é algo que ativa em nossa mente um evento traumático do passado ou nos faz ter pensamentos angustiosos. Mesmo vocês podendo tentar ser sensíveis com as coisas que dizem ou fazem, não é sempre possível e não é sempre claro o porquê de algo ativar um gatilho.
A mente é muito complexa. Uma certa música, som, cheiro ou palavras podem rapidamente disparar conexões neurológicas que nos trazem de volta a um lugar onde nós não nos sentimos seguros, e nós podemos responder no presente com uma reação similar (pense nos militares que entram em combate – um simples barulho estranho no carro pode leva-los a um flashback. Isso é conhecido como TEPT, e acontece com muitos de nós também).
Mas por favor, saibam que ao mesmo tempo que nós empurramos vocês para longe com nossas palavras e comportamento, nós também desesperadamente esperamos que você não vá nos deixar ou abandonar em nosso tempo de aflição e desespero.
Esse pensamento preto e branco extremo e experiência de desejos completamente opostos é conhecido como dialética. Cedo em nosso diagnóstico e antes de realmente entrar com TCD (Terapia Comportamental Dialética), nós não temos ferramentas necessárias para dizê-los isso ou pedir pelo seu apoio em jeitos saudáveis.
Nós podemos fazer coisas bem dramáticas, como nos machucar em algum jeito (ou ameaçar fazê-lo), ir ao hospital, ou algo similar. Mesmo que esses pedidos de ajuda devem ser levados a sério, nós entendemos que vocês possam se desgastar com a preocupação em relação à nós e esse comportamento repetitivo.
Por favor, confiem que, com ajuda profissional, e apesar do que vocês possam ter ouvido ou passado a acreditar, nós podemos e ficamos melhores SIM.
Esses episódios podem se alongar ou encurtar entre si e nós podemos ter longos períodos de estabilidade e regulação de nossas emoções. Às vezes o melhor a fazer, se vocês conseguirem acumular toda a força em sua frustração e dor, é nos pegar e abraçar e dizer-nos que vocês nos amam, se importam e não vão embora.
Um dos sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline é o intenso medo de ser abandonado, e nós, por causa disso, (na maioria das vezes inconscientemente) nos comportamos extrema e freneticamente para evitar que isso aconteça. Mesmo nossa percepção de que abandono é iminente pode nos tornar inquietos.
Outra coisa que vocês possam achar confusa é nossa aparente inabilidade de manter relacionamentos. Nós podemos pular de um amigo para o outro, indo de amar e idolatrá-los para desprezá-los – deletá-los de nossos telefones e excluí-los no Facebook. Nós podemos evitar vocês, não atender suas ligações, e negar todos os convites para estar perto de vocês – e outras vezes, nós só queremos estar perto de vocês.
Isso se chama splitting, e faz parte do transtorno. Ás vezes nós tentamos nos prevenir renegando as pessoas antes que elas nos rejeitem ou abandonem. Nós não estamos dizendo que está “certo”. Nós podemos nos livrar desse padrão destrutivo e aprender como ser mais saudável no conceito de relacionamentos. Não vem naturalmente para nós. Vai levar um tempo e bastante esforço.
É difícil, logo, se relacionar propriamente quando não se tem um entendimento sólido de si mesmo e de quem você é, sem falar de todo mundo à sua volta.
No Transtorno de Personalidade Borderline, muitos de nós apresentamos problemas com confusão de identidade. Nós podemos “pegar emprestado” atributos daqueles à nossa volta, nunca sabendo realmente quem NÓS somos. Vocês se lembram daquelas pessoas no ensino médio que iam de gostar de rock à pop à gótico, pertencendo sempre com um grupo – se vestindo como eles, arrumando o cabelo como eles, usando os mesmos maneirismos? É como se nós não tivéssemos crescido disso.
Às vezes nós até pegamos os maneirismos de outras pessoas (nós somos alguém no trabalho, outro em casa, outro na igreja), que é parte de como nós conseguimos o apelido de “camaleões”. Claro, pessoas agem diferentemente em casa e no trabalho, mas vocês podem reconhecer-nos pelo jeito que nos comportamos no trabalho versus em casa. É esse extremo.
Para alguns de nós, nós tivemos infâncias em que, infelizmente, pais ou responsáveis iriam rapidamente alternar de amáveis para abusivos. Nós tivemos que se comportar em jeitos que iriam agradar essas pessoas à qualquer momentos para que ficássemos safos e sobrevivêssemos. Nós não superamos isso.
Por causa de toda essa dor, nós normalmente apresentamos sentimentos de vazio. Nós não conseguimos imaginar o quão perdidos vocês possam se sentir ao testemunhar isso. Talvez vocês tenham tentado tantas coisas pra passar essa dor, mas nada funcionou. Novamente – NÃO é sua culpa.
A melhor coisa que podemos fazer durante esses tempos é lembrar-nos que “Isso também há de passar” e praticar habilidades de TCD – principalmente se acalmar – coisas que nos ajudam a sentir um pouquinho melhor apesar do vazio. O tédio é normalmente perigoso para nós, já que pode levar a um sentimento de dormência. É sensato para nós ficarmos ocupados e distrair-nos quando o tédio chega.
No outro lado da moeda, nós podemos ter uma explosão de raiva que pode ser assustadora. É importante que nós fiquemos seguros e não machuquemos vocês ou nós mesmos. Essa é outra manifestação do TPB.
Nós somos muito emocionalmente sensíveis e temos extrema dificuldade regulando/modulando nossas emoções. Dra. Marsha Linehan, fundadora do DBT, nos compara à vítimas emocionais de queimaduras de 3º grau.
Pela Terapia Comportamental Dialética, nós podemos aprender a regular nossas emoções para não ficarmos fora de controle. Nós podemos aprender a parar de sabotar nossas vidas e circunstâncias... e nós podemos aprender a nos comportar de maneira à ser menos nocivos e assustadores para vocês.
Outra coisa que vocês podem ter notado é o olhar distraído em nossas faces. Isso se chama dissociação. Nossos cérebros literalmente desconectam, e nossos pensamentos vão parar em outro lugar, enquanto nossos cérebros estão tentando nos proteger de trauma emocional adicional. Nós podemos aprender exercícios que nos tragam de volta à realidade e aplicar nossas habilidades para ajudar durante esses episódios, e então podem tornar-se menos frequentes enquanto melhoramos.
Mas, e quanto à você?
Se você decidiu reunir suas forças e ajudar seu ente querido com TPB, você provavelmente também precisa de apoio. Aqui vão algumas ideias:
- Lembre-se que o comportamento da pessoa não é culpa sua.
- Mostre sua compaixão pelo sofrimento da pessoa entendendo que o comportamento dele(a) é provavelmente uma reação intensa desse.
- Faça coisas para cuidar de SI MESMO. Na página de recursos desse blog, tem uma porção de informação em livros, CDs, filmes, etc (em inglês) para você entender esse transtorno e tomar conta de si mesmo. Confira!
- Além de aprender mais sobre TPB e como se cuidar em volta disso, faça coisas que você goste e que te acalme, como sair para uma caminhada, ver um filme de comédia, comer uma boa refeição, tomar um banho quente – qualquer coisa que você goste de fazer para se cuidar e se sentir confortável.
- Faça perguntas. Há bastante equívoco sobre TPB aí fora.
- Lembre-se que suas palavras, amor e apoio ajudam a pessoa a se curar, mesmo que os resultados não sejam imediatamente evidentes.
Não todas as situações que eu descrevi se aplicam a todas as pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline. Uma pessoa precisa apenas ter 5 dos 9 sintomas para qualificar para um diagnóstico, e as combinações entre esses 5 e 9 são muitas. Esse post é apenas para dá-los uma ideia do sofrimento típico e pensamentos de nós com TPB.
Esse é meu segundo ano na TCD. Há um ano atrás, eu não teria conseguido escrever essa carta, mas representa muito do que esteve no meu coração que eu não conseguia notar ou expressar.
Minha esperança é que vocês vão ganhar uma nova perspectiva na condição de seu ente querido e crescer em compaixão e enter para ambos que essa não é uma estrada fácil.
Eu posso lhes dizer, por experiência própria, que trabalhar essa doença pela TCD faz a luta valer a pena. Esperança pode ser retomada.
Uma vida normal pode ser vivida. Vocês podem ter vislumbres e mais vislumbres do que aquela pessoa realmente é conforme o tempo, se vocês não desistirem. Eu os desejo paz.
Marcadores:terapia dialética comportamental,TPB
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A situação pra quem lida com um boderline deve ser extremamente difícil, como retrata a clareza da carta. Por que a pessoa deve oscilar os desejos de abraçar,acolher, ou sair correndo porta a fora, deixando pra trás um problema que teoricamente não é seu.
ResponderExcluirMas, algo sublime toca a alma da pessoa, e diz: vai lá e ama!
E tudo tende a ser melhor.
Beijo, menina.
Nossa, que carta maravilhosa. Me sito finalmente explicada nessa carta. Tenho vontade de mostrar a todos a minha volta alguns trechos dessa carta e dizer" Entendam-me, se as vezes sou meio fria em minhas palavras e se as vezes os abarço bem apertado, sorrio e no outro dia so olho brevemente, não é porque sou louca, anti-social ou "de lua"!
ResponderExcluirSó quero amar e ser amada de uma maneira legal, saudável.
Quero ser um eu e quero gostar disso.
Quem saiba um dia eu consiga. Até lá, te agradeço Eila, suas postagens têm mefeito refletir bastante e cicatrizar algumas feridas.
Muito obrigada mesmo!
Beijos
texto lindo! me identifiquei mt... já "expulsei" tanta gente da miha vida " em meus momentos de fúria" vivo tão só, cheia de arrependimentos e mágoas, hj tb evito contato maior c as pessoas, tenho medo de ser rejeitada NOVAMENTE, prefiro me esquivar antes q isso aconteça.
ResponderExcluirGostei dessa carta, se meu orgulho permitir vou mostrar para a minha namorada, sei que ela vai gostar de poder entender melhor. Me tocou bastante, pois ela já é super compreensiva comigo, sempre tão atenciosa, me ajuda a passar por tudo, ela que me incentivou a finalmente ir no psiquiatra e me tratar, e ontem eu briguei com ela por um motivo muito bobo.
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