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20 de ago. de 2013

Você já se sentiu assim?



Você já se sentiu sozinha? Não naquela tarde chata de terça-feira, quando o mundo parece ocupado de mais para notar sua existência, mas sim no meio de uma festa, no meio de um abraço que deveria te consolar, em uma roda de grandes amigos ou no meio de um sorriso. Não uma solidão comum e passageira, ou até boa às vezes, mas uma solidão profunda e completa, como se não existisse pessoa alguma na multidão que te cerca. Uma solidão que apaga tudo o que pode existir de bom em você, porque te mata a cada segundo que dura. Uma solidão que destrói tudo o que toca, que preenche seus ouvidos com um silêncio ensurdecedor, que faz seu peito doer como se você estivesse levando uma facada, que, enfim, acaba com qualquer esperança de dias melhores. Você já se sentiu triste? Não só triste, mas algo além disso, uma dor e um desespero tamanhos que te fazem pensar que só a morte poderia servir como remédio. Não um simples vazio, mas sim um verdadeiro buraco negro em seu peito. Você já se sentiu assim? Já se sentiu assim tantas vezes e tão intensamente que pensou que fosse enlouquecer? Se sim... Como você aguenta? O que faz para suportar? Por favor, me conte o segredo. Eu não sei lidar com isso, pelo menos não sem me cortar compulsivamente.

Eu não quero mais me sentir assim dia após dia, me afundando na dor e na tristeza cada vez mais. O que eu mais quero na vida é ter a porcaria de uma vida normal e eu simplesmente não consigo, não importa o que eu faça. Essa maldita doença já destruiu minha vida por tempo demais. Eu preciso saber qual é o grande segredo, preciso aprender a suportar o mundo, preciso iluminar minimamente meu caminho, saber para onde estou indo, essas coisas. Eu não quero viver assim... Remédios, terapias, hospitais e internações, nada parece resolver. Já se foram mais de três anos de luta, quantos mais me esperam pela frente? Eu tenho medo do futuro, tenho medo das crises que eu ainda vou ter e do quanto eu ainda posso piorar, tenho medo de toda a dor que eu ainda vou sentir e de todas as lágrimas que eu ainda vou derrubar. Tenho medo porque toda a vez que eu surto, eu sei que não foi nem vai ser a última vez. O amanhã sempre me espera com uma surpresa que pode ser nada boa.

É claro que as coisas sempre podem dar certo no final, e pode ser que eu nunca mais precise ser internada, pode ser que eu nunca mais me corte, pode ser que com o tempo eu encontre o equilíbrio e aos poucos consiga sobreviver sem tantas muletas a minha volta... Mas eu duvido muito. A história nos mostra como o futuro tende a ser, e a minha história é uma tragédia, eu sou uma tragédia. Pode-se dizer que minha vida é uma combinação de fatores que deram errado, que muito dificilmente conseguirão se resolver e dar certo. Enfim, sou uma grande pessimista também, claro. Mas como não ser? É isso que eu quero saber, como não ser como eu sou, como suportar todas essas coisas ruins a minha volta, como dar a volta por cima, como superar obstáculos, esquecer traumas e, finalmente, crescer. É isso que eu preciso saber.

[Visite meu blog! -> http://yoyo-sah.blogspot.com.br/]

10 comentários:

  1. Vc parece qrer sustentar sua doença... pois até seu nickname sugere isso...
    Vc já viu algum diabético escrever DiabeteBoy ou alguma pessoa com cancer se denominar Cancergirl?
    Sei q borderlines nao podem ser contrariados, pois sao eternas crianças mimadas, mas, vc precisa parar de reforçar q tem isso... Sei q o sentimento de vazio é enorme... mas se ficar focada nisso, só vai piorar!

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  2. Querido Anônimo,

    Quando eu comecei este blog, estava numa crise bem profunda e me descobrindo, assim como descobrindo como funcionava meu transtorno. Quando me denominei Borderline-Girl, nunca achava que isso teria qualquer efeito ou que o blog chegasse aonde chegou.
    Para título de informação, é tb um trocadilho com fronteira, tipo, "garota borderline" ou "garota na fronteira", a gosto do freguês mesmo. Acho sinceramente que o que você deveria ter questionado era o "girl", pois aos 34 anos nao sou mais nenhuma menininha. Eu mesma já me peguei pensando nisso, mas, fazer o que, tá no blog e é parte de como tudo começou. Talvez quando eu puder eu mude para "borderline woman".

    Olha, borderlines podem ser contrariados sim, não gosto de pensar em um grupo tão grande de pessoas formado por crianças mimadas. Talvez eu não esteja me expressando muito bem ou você tenha que prestar atenção, não sou a única a escrever no blog, apesar de ser a borderline-girl. Tenho pelo menos 3 colaboradoras frequentes aqui, que dão sua visão. Eu gosto de acreditar que estou na fase de me aceitar como border, mas não ficar passiva em relação a esta situação, estou começando emprego, buscando formas diferentes de tratamento...

    Agradeço a sua preocupação, mesmo. Acho que meu papel como "Garota na Fronteira" hoje em dia é focado em ajudar, informar... e fazendo isso, vou reafirmando e tentando curar meus próprios demônios.

    Espero ter respondido suas perguntas e, da próxima vez coloque um nome para a gente poder conversar melhor!

    Um abraço,

    Eilan

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  3. Olá!
    Sim, já senti tudo isso tbm e sei também que muitas pessoas não nos entendem, não entendem nossa dor, nosso sofrimento. Saiba que você não está sozinha!
    bjos

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  4. Oi Sabrina
    Eu já me senti assim, muitas vezes! Mas a boa notícia é qe vai melhorar, para isso existe o tratamento.
    Bjos. e #tamo junto.
    http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br/

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  5. Eu já me senti diversas vezes assim, um vazio infinito, até bem pc tempo "me escondia por trás da doença" n via isso até q minha psicóloga abriu meus olhos e me fez enxergar, hj tenho uma luta incessante c meus pensamentos, e tem dado certo... sei q n é fácil... mas acredito q vc precise de ajuda de um poder superior de acordo c sua crença, procure creia! e td há de mudar, bjs

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  6. Ahm... Anônimo, quem escreveu o texto fui eu.

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  7. Já perdi a conta das noites de desespero, das cartas de despedida, dos cortes sangrando. Infelizmente não consigo acreditar que a última vez será realmente a última, que o corte de ontem será o último, que a vontade de morrer não existirá mais. É triste, mas não sei.
    Queria poder lhe dizer, siga em frente, tente pensar em coisas boas, mas sei que isso não irá adiantar... Sei que coisas boas nessa hora não existem, como você disse, é um buraco negro e este suga tudo o que tem de bom dentro de nós. A única coisa que posso te dizer, que pelo menos tenta me oferecer algum conforto é que isso vai passar e as horas boas virão e quanto as horas boas, infelizmente elas também passarão. O melhor a se fazer é esperar e nessa crise tentar expressar os seus sentimentos, escrevendo e nas horas boas reler e reler, tentar entender e na próxima estaremos mais preparados, nem que seja um pouquinho quase imperceptível e isso vai se repetir por muito tempo e àquelas vontades de se machucar, de se jogar da escada, sei lá de tomar uma overdose de remédios irão voltar, esperamos que cada vez menos e aos poucos podemos tentar nos libertar desse vazio.
    Beijos e por mais sozinhos que estejamos, nós nunca estamos só, escreva e nos conte, eu compreendo como você se sente e desejo que você melhore e que tudo passe, assim como desejo a mim.

    Beijos

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  8. Me sinto assim 24hs por dia e 7 dias por semana. É crônico.
    Já consegui mudar bastante minha relação com os outros. Mas a relação comigo mesma, com minha mente, não.
    E nem acho q vai mudar.
    Não é pessimismo, mas me sinto assim desde q eu me lembro.

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  9. "Enfim, sou uma grande pessimista também, claro. Mas como não ser? É isso que eu quero saber, como não ser como eu sou, como suportar todas essas coisas ruins a minha volta, como dar a volta por cima, como superar obstáculos, esquecer traumas e, finalmente, crescer. É isso que eu preciso saber." Disse tudo... Gostaria de poder conseguir colocar as coisas que passam pela minha cabeça pra fora desse jeito. Passo tanto tempo me martirizando e pensando que apenas gostaria de poder não ser como eu sou, não ter que passar por tudo isso, apenas ser normal.

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  10. Puxa!!! quem nunca sentiu solidão...n sabe o q éh!!!
    Me sinto sempre e tenho 50 anos....sinto desde infancia...
    Realmente tem q n entende...manda viver nossa vida...percorrer nossos caminhos...desde o ventre de nossa mãe...
    P depois criticar.....Ahn! e se quizer pagar nossas contas e nos dar uma boa vida..melhor ainda rs.
    Bjs fica na PAZ...muito bom seu blog.

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