Amigos:

22 de jun. de 2014

Medo de quê?




Algo que eu me dei por conta nestes anos me analisando e a outros casos de amigos com o mesmo transtorno foi que vivemos em torno do medo. Temos medo de tudo. Imagine um bichinho assustado dentro de uma caixa escura, ele não sabe o que se passa lá fora, aliás ele não entende, apenas ouve barulhos e sente os trancos, de vez ou outra vê um olho curioso abrindo uma fresta da tampa para espiar. É mais ou menos isso. A gente vive com medo e todo nosso "jeitão" é apenas um disfarce muitíssimo frágil que a qualquer momento pode ser descoberto e nós nos vermos em maus lençóis.
Constantemente sinto medo, insegurança ou chame como quiser desde minha aparência física até mesmo do som da minha voz ou de como meu caminhar deve parecer. Será que eu devo parecer estranha? Acho que alguém deve sacar que eu não sou normal... Esses são só alguns poucos itens que passam em minha cabeça e que ouço com frequência de amigos.

No trabalho, escola, curso, entre amigos, na própria família, não importa, nunca nos sentimos a salvo. A sempre um motivo ou uma brecha para um momento insegurança. Qualquer risada mais alta que alguém deu, pode ser um indício que você não deveria ter exagerado na maquiagem. Dois dias de demora que o cara que você ficou demorou pra ligar já significa que ele te odeia e você é feia. Tudo, qualquer motivo é motivo pra pessoas com sensibilidade intolerante.

Já nos relacionamentos o fator só se agrava, onde se torna mais conhecido o famoso "medo do abandono". Queria deixar bem claro que desconfio e sou contra este termo. Proponho olharmos para o seguinte ponto, somos extremamente inseguros sobre nós mesmos, se alguém nós perguntar numa porcentagem o quanto nos sentimos vivos enquanto estamos com alguém contra quando estamos sozinhos, os valores são bem diferentes. Para se fazer imaginar é como quando o calor primaveril derrete todo o gelo e a geada do inverno deixando os bulbos das flores e brotos germinarem criando grande beleza. Hahaha me animo só de falar... Então corrijo, não é o medo de abandono que define o que acontesse, é um sentimento de semi morte, pois quando a pessoa amada se vai ela leva junto a graça da vida. Seja ou não seja, dentro da gente funciona assim. Esta é a nossa verdade, nossa prerrogativa e é nossa luta.


Um novo começo... E se a gente não tivesse medo? E se de repente a gente aprendesse a confiar mais em nós mesmos, afinal, só depende da gente. Podermos ser eternamente nosso próprio sol a esquentar. BOA SORTE!

11 comentários:

  1. Oi, li esse texto.. e sinceramente nao entendo.. faço parte da vida de uma borderline. Convivo diariamente com as dores, alegrias, tristeza e euforia.. Com as quedas e ideais de crescer.. Mudanças de opinioes.. Enfim tudo. E nao reclamo, afinal apesar de tudo posso dizer que e a pessoa mais normal do mundo. Eu aprendo diariamente com ela, como passar e entender e sim esse blog tem me ajudado muito.. Mas por mais que eu leia ou questione ela nao sabe me explicar de onde vem esse medo que bloqueia tudo a sua volta.. Eu so queria pelo menos quebrar um pouco essa duvida.. Abrir os meus olhos e o dela.. Porque afinal ela so sabe me dizer uma coisa.. Ela so sabe sentir e nao sabe explicar..

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bem, só o que posso te desejar é força para continuar pois esteja com quem você estiver jamais conhecerá a pessoa 100%, no caso do TPB somos nós mesmos que menos nos conhecemos. É preciso muito amor e carinho, paciencia, mas saiba que tens uma flor de grande valor em mãos, nunca duvide disso.

      Excluir
  2. Estou há meses em um relacionamento com um border, metade do tempo à distância, pois ele vive em Paris e eu no RJ. Sempre conseguimos dar um jeito de viajar. Desta vez eu iria pra lá em Agosto (ele foi embora daqui na última vez no finalzinho de maio). Temos tido mtos problemas, ele desconfia mto de mim, acha que eu escondo coisas, minto, e sempre que brigamos ele me ofende (muito). Ontem, numa briga dessas ele me deu um ultimatum que era pra eu comprar a passagem até quarta-feira ou nunca mais. Resolvi me impor e disse que já que ele se achava no direito de dar um ultimato, eu me acahava no direito de recusar e disse que OK, não vou mais para Paris. Qdo meu sangue esfriou, mandei msgs, emails, ele não visualiza, não responde. Tudo que eu quero é que ele saiba que eu não mudei de idéia como ele disse, eu o amo muito e estou ainda disposta a encarar, acho que se ele fizer terapia e se cuidar já melhoraria muito. Não sei o que fzer para mostrá-lo que eu não quero desistir. Estou desesperada e pensar que ele talvez esteja sofrendo até mais que eu me dá um nó no estômago. Tudo que eu queria era que ele confiasse em mim e eu conseguisse confortá-lo. O silêncio dele está me deixando em pânico. Por favor, me ajude a entender, me ajude a entender como se conforta alguém assim, como convencer a ele que meu amor é forte e ele não precisa me testar o tempo todo. E meu medo dele ter desistido de vez, por tão pouco, isso dói tanto em mim....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Somos dramáticos e com nosso "jeitinho" sempre conseguimos o que queremos. Ou quase sempre. Provavelmente estudando o que você disse ele quis punir você por algo ago que na mente dele você fez, talvez muito provavelmente você nem tenha feito porque o medo é o escuro onde nossas mentes podem criar uma infinidade de coisas e geralmente por conta da doença são sempre as piores. Ele quer que você sinta a dor, o medo e a insegurança que ele sentiu por você em algum momento. Se você realmente o ama, converse MUITO com ele não o deixe, explique que ele não precisa disso pra te ter que você gosta dele e que pra você a distancia também é difícil, esteja interessada pelo seu processo terapêutico, etc. Que tal vocês ajustarem uma nova rota para se encontrarem? Sair dessa pressão. Boa sorte!

      Excluir
  3. Excelente, medo esse que coloca nosso vulcao em erupçao.. Nao canso de dizer o quanto esse blog, além de ser o meu favorito, me ajudou muuiiito! Gostaria muito de saber se voces podem escrever algo sobre os "traços de esquizofrenia" que nós borders temos! Tenho muito desses traços mas encontro pouquissimos blogs relatando o diário desse sintoma.. adoraria muito se voces pudessem escrever sobre isso ! obrigada mais uma vez por tudo.. beijosss dessa grande fã.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá querida, também tenho esses traços, e sinto que estão cada vez mais fortes ano a ano. Prometo sim escrever um post sobre este traço, inclusive muito comum entre os borders. Obrigada pela sugestão. E é só ficar de olho nas postagens. Bjs

      Excluir
  4. Olá amiga! Vim te deixar um abraço forte e dizer que você é seu próprio sol, com certeza você brilha e talvez não saiba. Um beijão!

    ResponderExcluir
  5. Eu estou me sentindo exatamente assim.E ainda tenho a duvida se esse é um sentimento real, ou algo que eu inventei.
    Eu me identifiquei muito.

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito bem-vindo. Mas se você for um desocupado e quiser esculhambar, por favor faça um favor a si mesmo e poupe seu tempo e o meu, ok?

Moderei os comentários, então o que você escreveu vai ser lido por mim antes de aparecer.