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29 de out. de 2014
Como a Neurociência explica a automutilação. (parte 3)
Postado por
Nathalia Musa
(essa é uma reportagem longa que saiu agora em outubro sobre a automutilação, que estou traduzindo aos poucos e publicando - pra ler do início, coisa que eu sugiro que façam, segue: parte 1 , parte 2)
Lader primeiro começou a estudar e tratar a auto-lesão no início de 1980, depois que seu colega Karen Conterio começou a ver sinais de mais e mais mulheres a auto-flagelando em seu trabalho ambulatorial para abuso de substâncias. Nenhuma destas mulheres mostraram sinais de distúrbios psicóticos ou de personalidade, nem estavam se cortando ou queimando-se com intenção de suicídio. Conterio pensou que estava vendo apenas a ponta do iceberg, e por isso ela colocou um anúncio no jornal Chicago Tribune em 1984, pedindo para ouvir aqueles que se machucavam regularmente sem a intenção de cometer suicídio. Foi uma enxurrada de cartas, e de repente as pessoas começaram a falar sobre auto-lesão. O seu surgimento como um fenômeno da cultura pop levou a uma aparição no programa de TV Phil Donahue em 1985 com várias mulheres que se auto machucavam.
Em 1986, Lader e Conterio fundaram o que se tornaria a SAFE Alternatives(Self-Abuse Finally Ends - o auto-abuso finalmente termina ) , a primeira instalação residencial do mundo especificamente para tratar as mulheres que se automutilavam, localizada nos arredores de St Louis. Psicólogos acreditavam que Lader e Conterio estavam vendo um subconjunto raro da população, e que as psiquês dessas mulheres estavam tão irremediavelmente marcadas quanto seus corpos. Lader não estava convencido. "Eram pessoas incríveis, brilhantes, inteligentes jovens que tinham tanta promessa, só que foram consumidas por pensamentos de se machucarem", Lader me disse.
Embora outros duvidassem, Lader também acreditava que automutilação era muito mais comum do que se pensava. A prova finalmente chegou em 2002 a partir de Nancy Heath, uma psicóloga da Universidade McGill, no Canadá, e sua aluna de doutorado, Shana Ross. Em uma escola local, Ross estava conversando regularmente com os adolescentes, que expressavam preocupação com a sua própria prática de automutilação ou de um amigo. Quando ela quis tornar este o foco de sua dissertação, Heath tentou convencê-la do contrário.
"Eu disse a ela que ela nunca iria encontrar número suficiente de pessoas que se automutilavam para obter os dados para uma tese," Heath disse. "Eu finalmente concordei em deixá-la tentar."
Os resultados preliminares de Ross indicaram que mais de um em cada cinco jovens praticaram a auto-lesão pelo menos uma vez. Isto chocou tanto Heath e o resto da comissão de dissertação que eles achavam que os alunos do ensino médio tinha entendido mal a pergunta. Então, Ross voltou para a prancheta, fazendo entrevistas com mais profundidade com os que haviam relatado a auto-lesão e descartou todos os resultados com uma uma leve incoerência. Os percentuais caíram, mas Ross ainda ficou com um atordoante e elevado número de adolescentes que relataram a auto-mutilação: 13,9 por cento.
Não muito tempo depois que o estudo de Ross e Heath apareceu no Journal of Youth and Adolescence (Jornal da Juventude e Adolescência), Janis Whitlock, uma psicóloga da Universidade de Cornell, publicou um estudo de auto-agressão entre 5.000 estudantes de várias universidades da Ivy League. Seus resultados mostraram números igualmente elevados de jovens que tinham se machucado: 20 por cento das mulheres e 14 por cento dos homens disseram que tinham se auto-ferido pelo menos uma vez.
"Eu estava chocada. Todo mundo estava achando taxas muito altas ", me disse Whitlock. "A questão parecia vir do nada."
O que foi inovador nesses dois estudos não foram apenas os altos índices para a auto-lesão, mas que estes eram populações da comunidade, e não de pessoas internadas por problemas psiquiátricos. Eram as pessoas que se sentavam do seu lado na sala de aula e ficavam na fila do supermercado.
continua...
(tradução livre/edição da reportagem: "Why self-harm?")
Marcadores:automutilação
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Descobri seu blog num momento muito dificil: uma das crises de raiva do meu namorado. Durante o tempo em q estanos juntos, foram varios momentos de felicidade, mas também de muita tristeza, por n sabermos direito o que se passa com ele.
ResponderExcluirAqui encontrei muitas informações que estão me norteando nos estudos para poder ajuda-lo e convencê-lo a procurar ajuda...
Aguardo ansiosa o proximo post!
Muito obrigada!
fds, agora virou moda pensar que namoram com borderlines
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