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27 de mai. de 2013

Dentro da Mente do Transtorno de Personalidade Borderline




O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um transtorno psiquiátrico complexo e frequntemente incompreendido. O comportamento TPB pode ser absolutamente desconcertante para aqueles testemunham. As pessoas que não sofrem de Transtorno de Personalidade Borderline muitas vezes tem dificuldade de compreender o quanto é difícil se comunicar efetivamente com um ente querido que tenha o transtorno.

Atravessar o terreno imprevisível de um relacionamento com uma pessoa que tenha o TPB pode ser frustrante, doloroso e exaustivo. Neste artigo, tentaremos lançar alguma luz sobre o que faz indivíduos com TPB pensarem e agirem como fazem.

Medo do Abandono

Vamos primeiramente observar que quase todos os comportamentos associados com o Transtorno de Personalidade Borderline podem ser atribuídos a um profundo e contínuo medo do abandono. As pessoas que vivem com o TPB muitas vezes experienciaram uma infância cheia de traumas de um tipo ou de outro: abuso físico ou psicológico, perda de um ou dos dois pais, ou talvez sejam adotados e debatem-se com sentimentos de abandono pelos pais biológicos.

Não importa a origem do medo, ele persiste além da infância e torna-se a força por trás de todos os tipos de comportamentos prejudiciais. Nós podemos achar que nossa garantia e compromisso por aquele que amamos falam por si mesmos e deveriam ser suficientes para amenizar seus medos, porém aplicar este tipo de conclusão lógica simplesmente não responde ao fato de que é impossível para uma pessoa sofrendo com o TPB sentir ou agir de maneira diferente, não importando a quantidade de esforço que você põe tentando fazê-lo.

Raiva

Os indivíduos com o Transtorno de Personalidade Borderline estão tão convencidos que serão abandonados por aqueles que amo que seu comportamento pode oscilar em direções diferentes em tentativas desesperadas de evitar a dor da perda. Aqueles que amam são frequentemente submetidos a uma raiva intensa e ataques acusatórios. Isso não é como poderíamos esperar do comportamento de uma pessoa se ela sente medo de ser deixada sozinha. Afinal de contas, raiva excessiva e perigosa não afastaria as pessoas mais rapidamente?

Para uma pessoa com o TPB, são feitas escolhas inconscientes na tentativa de evitar sentimentos desagradáveis. A raiva pode ser uma forma de excluir preventivamente uma pessoa que ela acredita que vai abandoná-la de qualquer jeito. Isso pode prover uma restauração temporária do seu senso de controle sobre suas emoções. Quando a raiva é direcionada para fora, pode mascarar a dor interior que a está guiando.

Depressão, auto-mutilação e Comportamento Suicida

As pessoas com o Transtorno de Personalidade Borderline podem ter depressões debilitantes, se engajar em comportamentos de auto-mutilação, como o cutting ou distúrbios alimentares ou até mesmo podem tentar se matar. Todos esses sinais perigosos podem ser vistos como tentativas de ganhar a atenção e o amor que elas sentem estar faltando em suas vidas.

Comportando-se de formas que geralmente alarmam e assustam aqueles que os amam. a pessoa com TPB inconscientemente busca trazer as pessoas para próximo delas demonstrando um desamparo e fragilidade que precisa ser atendido por familiares. Se não puderem ser deixadas sozinhas por medo de que se machuquem, elas foram bem sucedidas em evitar o abandono.

Um pensamento final.

A verdade é que para aqueles que não são borders, absorver toda a informação  do mundo sobre o transtorno pode nunca preencher a lacuna que experienciamos em tentar entender sua forma de pensar. Se você nunca sentiu um medo de ser abandonado completamente debilitador ou a perda de todo seu controle emocional você simplesmente não vai ser capaz de imaginar como um border se sente.

Até que um indivíduo com o TPB se torne participante ativo de sua própria recuperação, desenvolvendo habilidades para ajudá-los a se auto-acalmar e comunicar-se efetivamente, ele continuará a exibir os sintomas deste transtorno.



- Mais um artigo falando sobre como  e mais precisamente PORQUE um border tem determinados tipos de comportamentos. Acho que escolhi este para hoje pois tenho escutado e pensado muito a respeito de culpa e também sobre certos rótulos que acabamos aceitando. A pessoa com TPB é manipuladora. É promiscua. É dramática. Estes termos são na minha opinião demasiado fortes e também fogem a verdade. Eles não são sintomas, são consequências. Quando em tratamento, o terapeuta não vai tratar nossa "promiscuidade" e sim o que nos leva a ter este tipo de comportamento. A manipulação também não acontece de uma forma negativa, calculada, feita para machucar. Ela acontece porque temos medo de sermos abandonados e na nossa cabeça temos que fazer tudo para que isso não acontece. As cores que vemos são diferentes das cores vistas por outros. Para mim termos como esses mexem com nosso inconsciente e acabamos por nos sentir ainda piores.

Não estou aqui querendo fugir da responsabilidade, mas sinceramente, se eu me convencer que por ser border sou manipuladora, promíscua e dramática por natureza, não vou querer mais o convívio com a sociedade, pois estas são características de uma pessoa com um caráter duvidoso. Prefiro tentar me convencer que eu tenho atitudes de impulsividade e desespero ante ao abandono que nem sempre são acertadas e condizentes com o que está correto. E que preciso tratar destes problemas para não mais agir assim.

Aí eu chego na culpa. Não há culpa nestes casos. Há responsabilidade. Não fujo do que já fiz na vida, das atitudes impensadas ou inconsequentes, mas não posso ser culpada por elas, só responsabilizada. Eu fiz, não foi certo (ou louco) e tenho que aguentar as consequencias de meus atos. Mas a culpa não é minha, simplesmente agi (e ajo) de acordo com o que meu cérebro manda. Se um esquizofrênico mata alguém a culpa é dele? Não. Mas ainda assim ele tem que ser reponsabilizado por isso. Tenho uma tia que é bipolar (tipo 1 - o mais pesado) e ela num surto puxou uma faca para minha mãe. Vou dizer que ela é uma  criminosa? Não! Mas ela depois que melhorou teve que pedir perdão a minha mãe.

Tenho que dizer que é muito difícil se convencer disso tudo (eu ainda não consegui totalmente). Ainda sinto muita culpa por várias coisas (inclusive - pasme - meu término de namoro) e talvez esteja tão empenhada em passar esta informação para que eu mesma passe a acreditar nisso. Acreditar também que estes sintomas podem ser abrandados e que eu conseguirei o controle mais efetivo sobre minhas emoções.

** Dois recados: Primeiro, curtam nossa fanpage! 
Segundo: Por favor ajudem na rifa do Ringo!! Se ele não for operado logo ele pode morrer! Até agora só arrecadei R$ 70,00!
Quem não conhece a estória deste felino, é só ler aqui.


6 comentários:

  1. Eilanamiga

    Descobri-te pelo comentário que postaste no blogue da Isabelamiga.

    Em boa hora vim aqui! Que texto mais interessante o que intitulas Dentro da Mente do Transtorno da Personalidade Boderline. Um belo estudo, bem explanado, bem organizado, bem documentado.

    Gostei dele, como gostei de ter aqui chegado através da Isabelamiga, a quem deixo um bem haja.

    Agora peço-te? Quero que me vistes na minha Travessa, passes a postar muitos comentários e faças parte da minha lista de(per)seguidores. Obrigado.

    Qjs = queijinhos = beijinhos

    Henrique

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  2. Oi querida
    Tudo que vc postou é de grande valia, mas a melhora está dentro de ti mesmo querida, vai depender da resposta do seu organismo aos remédios, e da terapia (se vc a faz), e de vc parar de beber (eu bato nessa tecla). Vc disse que tem uma tia que é bipolar tipo I, eu sou bipolar tipo I, então vc sabe como é que é, e veja como eu estou, estou estabilizada, mas eu conquistei isso, pelos meus filhos, por mim! O fantasma da bipolaridade ainda ronda meus pensamentos, mas eu sei me ler, ainda tomo meu coquetel, e faço terapia. Por isso sempre afirmo que vc vai melhorar! Por exemplo quando eu vi a imagem do desafio que eu postei, eu não penso, eu escrevo a primeira coisa que me passa na mente, e o que me passou foi que aquela moça estava sofrendo o que eu já sofri muitas vezes, por isso vc se identificou com ela. Então quando eu venho aqui e digo que sei o que vc está sentindo acredite, eu realmente sei, pois já passei por isso. Me desculpe me alonguei demais kkkkkk, mas é porque te gosto muito, e quero te ver melhorar!
    Bjos e # tamo junto!

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  3. oiii ^^

    ó eu aqui de novo...eu quero agradecer vc, pois, através da sua coragem em postar seus sentimentos, pensamentos e suas lutas, tem me ajudado a ao menos tentar entender minha melhor amiga!

    Te sigo desde ontem e já posso dizer que seus posts tem lançado uma luz sobre as dúvidas que tenho sobre TPB...ahhh entendo sua tia tmbm, lemba? sou aquela que postou ontem, também sou bipolar!

    Bjos e obrigada

    http://pingentesdeilusao.blogspot.com

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  4. Que esse dia seja um dia
    de muita coisa boa de alguma forma.
    Depois leio seu texto com calma,
    estou magoada hoje,
    não é disturbio algum,
    mas nasci poeta
    e os que nos rodeiam não
    tem cuidado e pisam nas flores...
    Ja viu minha familia la no Blog?
    Par, filhos e neta.
    Beijos

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  5. Admiro a coragem com que escreve, não é qualquer pessoa que consegue com tanta coragem, relatar ao pormenor o que nos dá a ler.
    Certamente que a coragem que lhe falta para seguir em frente, para conquistar o seu mundo, vai chegar.

    ag

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  6. Nathalia, eu quero muito falar contigo. Também sou de Recife, meu e-mail: lazgds@gmail.com
    Me responde, por favor?

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