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13 de jun. de 2013
Empatia Borderline
Postado por
Nathalia Musa
"Empatia Borderline Revisitada"
Publicado em 29 de Julho, 2009, por Eric A. Fertuck, Ph.D. em Science at The 'Border'
"Os olhos dos outros nossas prisões, seus pensamentos nossa gaiolas."
Publicado em 29 de Julho, 2009, por Eric A. Fertuck, Ph.D. em Science at The 'Border'
"Os olhos dos outros nossas prisões, seus pensamentos nossa gaiolas."
Virginia Woolf
Aqueles familiarizados com o TPB tem notado um paradoxo. De um lado, borders apresentam diferentes graus de aparente distorção na maneira de interpretar a comunicação verbal e não verbal dos outros. Isso muitas vezes toma a forma de atribuir intenções ofensivas a outros com base em sugestões limitadas, seletivas, ou ambíguas. Do outro lado, muitos também observaram em indivíduos com o transtorno uma capacidade astuta em ler exatamente as expressões emocionais dos outros. Pessoas podem ser pegas desprevenidas se um border perceber seu estado emocional atual, o qual eles mesmos podem não estar completamente conscientes. Alguns especialistas em TPB chamaram esta capacidade de "empatia borderline"
O psicólogo-psicanalista Dr. Alan Krohn, em seu clássico trabalho de 1974 "Empatia Borderline e diferenciação das representações de objetos: Uma contribuição para a psicologia das relações de objeto " descreveu este fenômeno em uma jovem com o TPB que nós chamaremos de Sra. L.
"A Sra L. foi hospitalizada depois de períodos de comportamentos perturbados em casa, pintando o carro de um vizinho, enchendo a geladeira com cereal frio, usando barbitúricos, alucinógenos e maconha indiscriminadamente. Ela parecia não ser capaz de suportar nenhuma separação da mãe sem uma ansiedade e depressão intensas."
"A Sra L. tinha uma sensibilidade notável à turbulência em outros pacientes e na equipe do hospital. Descreveu estranhas 'vibrações' vindas de um membro da equipe que mais tarde saiu e estava em uma grande confusão devido a traumas de guerra"
"Ela falou sobre ele: 'há algo errado com ele, ontem eu o olhei e ele parecia que estava vendo alguém ser morto' Acontece que ele estava de fato preocupado com pensamentos sobre as brutalidades que ele testemunhou na guerra."
Como estudamos este fenômeno paradoxo cientificamente e, tal pesquisa pode lançar luz a ele?
Meus colegas e eu podemos ter publicado uma peça deste quebra-cabeças recentemente. Nós apresentamos descobertas no periódico Psychological Medicine que sugerem que indivíduos com o TPB possam ter um aprimoramento em uma forma de emoção em particular chamada "descriminação do estado mental", quando se baseiam na região do olho da face humana.
Comparamos pacientes com o TPB com indivíduos sem nenhum tipo de transtorno usando um teste chamado "Teste de ler a mente nos olhos"
Este teste avalia a capacidade de distinguir os estados mentais dos outros usando somente o estímulo da região ocular da face. Ele funciona se escolhendo uma entre quatro definições escritas de estado mental para descrever o estado mais preciso nas fotos apresentadas. É composto de uma pontuação total e também pontos para expressões emocionais negativas, positivas ou neutras.
Aqui está um exemplo de estímulo facial do teste "Teste de ler a mente com os olhos"
O que este homem está sentindo? (resposta correta no final)
1.Ódio 2. Ciumento 3. Arrogante 4. Pânico
Você pode fazer este teste online neste link.
Quando comparamos os indivíduos com o TPB a voluntários saudáveis, encontramos algo impressionante - o grupo do TPB em média foi mais preciso em discriminar os estados mentais que o grupo daqueles que não tinham um transtorno. Os borders identificaram particularmente bem as expressões emocionais neutras.
Curiosamente, em contraste ao TPB, este teste é comprometido em outras condições psicopatológicas como a esquizofrenia e o autismo, sugerindo causas ocultas distintas nestas condições quando comparadas ao TPB.
Este estudo sugere que, quando não estão sob emoções fortes e estresse, indivíduos com TPB tem uma habilidade aprimorada em descriminar estados mentais baseados somente na região do olho, particularmente para estados neutros. Esta evidência experimental é consistente com a teoria "paradoxal" da avaliação da comunicação social no TPB. Parece que o TPB é caracterizado por relacionamentos interpessoais instáveis e também uma sensibilidade aprimorada aos estados mentais dos outros.
Por exemplo, pode ser que um border possa identificar uma expressão sutil nos outros indicando raiva (testa franzida na região dos olhos). A outra pessoa pode realmente estar irritada, mas não totalmente focada ou consciente desta emoção dentro de si mesma na hora que ela é notada pelo indivíduo com TPB. Curiosamente, embora frequentemente precisos em avaliar as emoções, os indivíduos com o TPB tendem a personificar as emoções dos outros (você deve estar bravo comigo), mesmo quando há outras explicações plausíveis para o estado emocional deste. (a pessoa acabou de receber notícias perturbadoras de um amigo).
Dada a sensibilidade interpessoal e emocional associada com o TPB (como preocupações com abandono, reações emocionais intensas a rejeição e abandono), uma super sintonia a sugestões sociais sutis pode ocultar aspectos do TPB. O sofrimento emocional debaixo desta sintonia é a alusão de Virginia Woolf no começo deste post. Esta investigação e pesquisas relacionadas detém uma promessa considerável em melhorar o entendimento do TPB. Eventualmente, estes achados ajudarão a desenvolver tratamentos que possam ser sintonizados a esta forma única que as pessoas com este transtorno percebem as pessoas em sua vida diária.
Resposta correta à questão acima: 4. Pânico
(fonte)
Marcadores:comportamento borderline,TPB
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Eu acertei na alternativa 4. Ele de fato tem olhos de pânico.
ResponderExcluirCada vez que leio sobre os boderlines, mais me surpreendo e aprendo. Não sei como seria lidar no dia a dia com alguém com esse transtorno, mas é preciso antes de qualquer coisa compreender que o outro não faz, seja lá o que for, de propósito.
Empatia, essa é a palavra.
Beijo, menina.
Sempre achei a vida social uma grande piada, com péssimos atores interpretando sentimentos de amizade, respeito, polidez... Com os anos, notei que eu que conseguia reparar o fingimento dos outros, mas as outras pessoas não... Não sei se isto está nos olhos, ou em toda a expressão corporal, mas é um fato que eu como borderline consigo ver muito do que as outras pessoas não vêem e muitas vezes uso isto em jogos psicológicos onde pretendo manipular as pessoas.. S. A. :D
ResponderExcluirEste seu blog é muito bom. Deveria ser um livro. Se um dia voce transforma-lo em impresso, ficarei muito feliz, porque será muito util. Aqui sempre estou aprendendo, pensando, comparando.
ResponderExcluirBjs
Não consigo vir aqui sem tempo, pois ha muito que refletir
ResponderExcluire aprender sobre nós mesmos
e sobre o outro e os outros.
Temo sempre não fazer um comentário
a altura.
Sinto saudades de vir aqui sempre.
Perdoa minha ausência querida.
Bjins
Catiaho Alc./Reflexo d'Alma
Amiga, já tinha lido ma só agora irei postar um comentário, queria ter terminado o teste antes.
ResponderExcluirAcertei 26 questões das 36! claro que haviam umas que se repetiam, e acho que equilibra pois muitos sentimentos eu errei pois não sabia o que significavam (fiquei com preguiça de traduzir).
Mas o que achei legal é que muitas vezes não era preciso nem eu "ampliar" a imagem e o tempo de resposta era muito rápido (o que faz toda a diferença). Enfim estou orgulhosa da minha percepção extra-sensorial!!! :D
Fiz 29 acerto, teste muito interessante!
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