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20 de jun. de 2013
Perséfone
Postado por
Nathalia Musa
Olá, aqui vocês me conhecerão como Perséfone. Mas não tenho nada de deusa, minha identificação com ela é que quando ela menos esperava andando num campo, feliz, ela foi tirada da vida que conhecia e passou a literalmente viver no inferno com um um deus-demônio como companhia, Hades. A beleza dela o atraiu, o ponto forte virou ponto fraco. Ela conseguiu ser resgatada, mas não totalmente, pois ela comeu seis sementes de romã e a regra era que quem comesse no mundo dos mortos não poderia sair, outras versões dizem que era porque a romã era o fruto do casamento. Mas a mãe dela Deméter não se conforma e como deusa da agricultura ela passou a negligenciar a terra, que passou a ficar fria e nada mais se podia cultivar.
É aí Que Zeus intervêm ele faz um acordo com Hades: seis meses ela ficaria com Hades no Tártaro – mundo dos mortos- e seis com Deméter no Olimpo. Assim ela passa seis meses – primavera e verão - , feliz com suas flores; e seis meses – inverno e outono- no Tártaro como rainha dos mortos e consorte de Hades.
Eu costumava ter um ponto forte, eu era a inteligente. Passei toda minha infância e boa parte da adolescência tentando chamar a atenção, sendo a garota perfeita. Não adiantou muito, na faculdade me destaquei, até ter meu surto. Fui diagnosticada como bipolar, na época ninguém falava do TPB – treze anos atrás-. Fui medicada e sofri, eu não era mais a garota inteligente eu passei a ser a louca. Há cinco anos minha psicóloga questionou o diagnóstico e o tratamento, eu havia me tornado um robô. Mudei de psiquiatra e disseram que eu era borderline, foi pior. Tenho uma tia psiquiatra e ela disse que isso queria dizer que eu era uma chantagista emocional, manipuladora, mentirosa e que as duas tentativas de suicídio foram só pra chamar atenção.
Eu tento viver, mas eu sou antes do surto, depois do surto.
Há muitos mitos em torno do TPB, como Eilan diz se tornou modinha, ela me ajudou a ver que não estou sozinha e que se houvessem vozes desmentindo os mitos, talvez outras pessoas não sofressem o que eu sofri.
Meu primeiro post aqui, começa quando eu encontrei uma colega de antes do surto.
Eu falei com uma colega antiga, e tive um ataque de pânico, por quê? Ela tentou ser solidária falando que todos tem problemas, mas que eu deveria.ser mais forte que estes. Essa frase me matou, era melhor uma punhalada. Quem não está sentindo uma dor que te impede de respirar, não pode ser solidária comigo, não é maldade da pessoa, ou deveria dizer pessoas? As pessoas, principalmente mulheres, não são solidárias conosco. Nós sentimos diferente, tudo em nós é muito intenso: se gostamos; amamos, se odiamos; queremos que deixe de existir. E não há meio termo. Exemplo; para mim amizade com ex é impossível. Acabou, eu sofro e ajo como se aquela pessoa nunca tivesse existido. Se eu vejo um ex, eu perco a respiração, fica impossível pensar, só quero correr dali. E as outras mulheres quando vêem minha reação dizem maldosamente, que eu ainda devo gostar do ex. Seja lá qual for, tenho a mesma reação para todos.
A solidariedade só pode existir entre pessoas que entendem as reações do outro. Mas vamos viver em guetos? Impossível. Temos que aprender a lidar com nossas reações tão intensas, para isso precisamos: de auto crítica; precisamos de pessoas que possamos contar; e precisamos de um profissional. Por isso é necessário procurar ajuda. Somos intensas, oito ou oitenta.. Precisamos descobrir como viver em um mundo que não nos entende. Sabendo nossa dinâmica e gatilhos a vida se torna menos difícil. Procurar o profissional as vezes é mais difícil que qualquer coisa, primeiro porque se você está procurando um psicólogo, você sabe que tem um problema e admitir isso é muito difícil e segundo porque nem todos são realmente profissionais, nem todos são bem informados. Tentem. Ter ajuda sempre é bom.
Ass. Perséfone
Ass. Perséfone
* Perséfone é minha mais nova amiga e colaboradora! Seja bem-vinda!!
* Gente, pintei mesmo o cabelo e cortei, tem foto lá no "Quem sou eu". Ah sim, este domingo tem podcast, o último antes de eu começar a fazer os vídeos!
(Eilan)
Marcadores:comportamento borderline,depoimentos,devaneios
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Infelizmente as mulheres não são solidárias...Ontem estava vendo p programa do Cesar Millan e tinha uma mulher com síndrome do pânico que queria treinar seu cachorro para ser seu acompanhante. Ela disse uma frase bem marcante:" As pessoas fazem julgamentos severos com aqueles que tem qualquer tipo de problema psiquiátrico".
ResponderExcluirÉ difícil encontrar compreensão nesse mundo, mas eu amo seu blog porque vc compartilha suas dificuldades, que podem ser mais intensas, mas podem ser parecidas com as minhas. Vc tira o estigma e mostra que independente do transtorno boderline, apesar da singularidade do ser humano, todos parecidos. Mas isso não quer dizer que o transtorno deve ser tratado como chantagem emocional...
Quem está de fora nunca poderá medir o sofrimento. Um grande abraço para vcs!
Eilan, fui ver sua foto e te achei muito bonita.
ResponderExcluirGostaria de te dizer que a única pessoa que pode tocar nossos corações é Jesus. Não sei como as pessoas te apresentaram á Ele, mas gostaria de dizer que Jesus nos olha com seus olhos de amor. Ele conhece nossas dores e se compadece. Nos seus momentos de crise, de dor, chame o nome de Jesus e peça para Ele te abraçar em seu amor.
Não fique chateada comigo, para mim a melhor coisa que me aconteceu foi ter encontrado Jesus na minha vida. Ele tocou meu coração e ainda mesmo depois de muitos anos, ainda estou no meu processo de me encontrar, mas Ele está ali comigo. Te falo não para pregar uma religião, mas como compartilhando um tesouro. Não precisa publicar esse comentário se não quiser. E de qualquer maneira vou sempre estar por aqui! um grande abraço
Eilan! todos sabemos que você é uma deusa, todos sabemos que vai regressar assumir-se como deusa assim que livrar de tudo que a tem afligindo nos últimos tempos.
ResponderExcluirQue está esperando linda deusa que encanta?
ag
Oi querida
ResponderExcluirEu já havia te dito em um comentário que o boderline é tão parecido com o bipolar que alguns psiquiatras até confundem o diagnóstico, só não sabia que isso tinha acontecido contigo. Quanto sua amiga, dá um desconto para ela, essas pessoas só querem ajudar, mas só uma pessoa doente entente outro, eu vivo falando isso.
Bjos. e #tamo junto!
Parabéns pelo texto!!!
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