Amigos:

20 de jul. de 2013

Não somos monstros!




Desde que comecei a estudar sobre o Borderline, escutei muito sobre este rótulo que temos: impulsivos, manipuladores, dramáticos, inconsequentes, promíscuos e impossíveis de se lidar. quem não sabe do diagnóstico nos acha fora do controle e muitos que sabem ainda insistem que "estamos numa fossa", "somos crianças", "fazemos muito drama".

Não somos monstros. Apesar de muitos livros e sites nos pintarem assim, a verdade é que somos seres humanos que são extremamente sensíveis emocionalmente e que geralmente tem comportamentos extremos. Para muitos, é uma combinação de "sabotar a própria vida", escolhas impulsivas ou literalmente auto-mutilação. Apesar de muitos de nós terem experiência com estes sintomas e comportamentos, somos tamb´´em muito vulneráveis e queremos desesperadamente que gostem de nós, que tenhamos aprovação e que se importem conosco. Queremos estar em relacionamentos mas a dicotomia deste desejo desesperado e medo de ser machucado causa confusão. O resultado é agir das formas que conhecemos até o momento - a que serve para alcançarmos o que queremos.

Não estou aqui falando que se relacionar com um(a) border é fácil. Pode ser muito difícil, realmente, mas tudo depende da pessoa, se ela está em tratamento, se está no caminho de se conscientizar sobre suas reações. Eu já fiz muita nesta vida, coisas de que não me orgulho, porém já fiz um outro tanto por várias pessoas - ações que mudaram suas vidas pra melhor. Então tudo depende da maneira que você enxergue.

A verdade é que vivi, e sei que muitos vivem, perdida. Precisava sentir algo para não encarar meu vazio e muitas vezes me pegava fazendo algo louco ou inconsequente (de vez em quando até hoje) só para sentir algo. Para agitar as coisas, e preencher minhas próprias lacunas. Não é consciente. Não, não é uma desculpa, é só a realidade.

Eu sei que para muita gente tudo se resume a drama. Queria eu que fosse simplesmente isso, que fosse fácil. Não é. A gente age e depois de culpa, só que não consegue parar, pois o medo de encarar o próprio vazio, encarar a solidão, nos cega.

Queria eu poder encarar as situações que vivi no meu passado com a maturidade que alcancei (e ainda estou no começo do caminho!) hoje em dia. Não teria ficado 5 anos com C. Não teria tido muitas atitudes extremas. Hoje talvez eu estivesse com a vida mais encaminhada. 

Então, bem, lidamos com as ferramentas que nos foram dadas. E se você que está me lendo ama alguém que é border, saiba que não há esperança. Se não temos tratamento, bem, as coisas ficam difíceis, mas você mesmo pode ajudá-la a encontrar o caminho, pois há esperança. E quando o tratamento já está acontecendo, tenha esperança porque a tendência é sempre melhorar.

Nós não somos monstros. Infelizmente as cores do nosso mundo são brilhantes demais e temos dificuldade de lidar com elas. A solução é colocar os óculos certos, pode ser incômodo no início, mas quando se acostuma, tudo fica bem mais nítido e claro.

(texto inspirado neste post aqui)


PS: Viram que o Blog tá todo mudado? Ainda to acrescentando algumas coisas. Na parte TPB vocês vão encontrar não só a definição dos sintomas, mas também dicas de links e livros interessantes. Também colocamos a página do Anjos de Estimação, onde postarei algum caso de resgate de animais que eu faço ou pessoas próximas, e eventualmente pedir ajuda. Na barra lateral postarei os vídeos do canal e se quiser me seguir em alguma rede social os ícones estão a disposição!

Espero que gostem!

Agradeço do fundo do meu coração a minha marida Miss Danielle, que mudou este layout e me deu este presente lindo. inclusive, se alguém quiser fazer um template, fale com ela, seus dons são ótimos!! 
Amo tu marida.

6 comentários:

  1. Me vi totalmente na parte que fala sobre acabar fazendo algo louco e inconsequente e só depois se dar conta. Ainda mais na parte que fala "A gente age e depois de culpa, só que não consegue parar, pois o medo de encarar o próprio vazio, encarar a solidão, nos cega." Muito bom.

    ResponderExcluir
  2. Boa noite Eilan.. monstros estamos bem longes disso.. o que a maioria de nós ainda é é robôs.. se deixando controlar.. pelas tecnologias que deviam nos ajudar mas tem apenas nos aprisionado.. uma bela postagem. bjs até sempre

    ResponderExcluir
  3. Oi Eilan, como vc esta?
    Tô meio assim, com medo de encarar a minha solidão e vazios. To meio mal, mas, sempre haverá esperança, não é?

    Bjs

    ResponderExcluir
  4. Eilan, é claro que vc não é um monstro. As pessoas tendem a rotular, a julgar tudo o que não entendem...Mas o lindo da sua história é que vc busca o tratamento, compartilha suas experiências. Tenho certeza que muita gente foi tocada pelo seu blog.
    Amei o novo layout! Parabéns para a Miss Danielle, que além de tudo escreve poemas lindos!
    Um super bj

    ResponderExcluir
  5. Também te amo marida. adorei o post, me deu uma certa paz espiritual...

    ResponderExcluir
  6. Oi, Eilan, tudo bem?
    Achei muito importante e você explicou muito bem a forma como nós border nos sentimos e que nós não somos "monstros", mas sim pessoas sensíveis demais que precisam de cuidado e apoio, é uma pena que nem todos têm esse cuidado.
    Tem dias que estou a beira de um colapso, de querer sumir, me sinto diferente de todos. Me sinto sempre infeliz, só queria um pouco de alegria e paz no coração e ter a cura para o TPB, claro não só para mim, mas para todos que têm esse sintoma.

    Parabéns pela página!! Está ótima!

    Beijos e abraços da Samara.

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito bem-vindo. Mas se você for um desocupado e quiser esculhambar, por favor faça um favor a si mesmo e poupe seu tempo e o meu, ok?

Moderei os comentários, então o que você escreveu vai ser lido por mim antes de aparecer.