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24 de jul. de 2013

#TudoCulpaDoBorderline




Tropeçou numa pedra, perdeu o ônibus, acordou atrasado pro trabalho? Tudo culpa do borderline! O dólar subiu, gastou com aquela blusa linda que você tava de olho a tempos, não estudou pra prova? Tudo culpa do borderline! Deu em cima de quem não devia e levou um fora? Borderline malvado!

Tendemos a nos apoiar no diagnóstico muitas vezes pra justificar as mais diversas desgraças de nossa vida. Lamentamos por horas na terapia, pensando em como tudo seria diferente se não tivéssemos sido "amaldiçoados" com este transtorno maldoso. Ou pior, não vamos à terapia e culpamos o borderline também.

Pra piorar, há aqueles que nunca pisaram num consultório médico, se acham borderline e culpam ele por isso. "Me encaixo nos sintomas". "Sofro". Bem, tenho novidades: todo mundo sofre! Só que a gente tem essa mania horrorosa de acreditar que a vida dos "não-borders", estes seres que vivem em um mundo mágico do controle, não tem problemas. Ah, eles tem sim, e pior, não podem culpar nem o borderline pelas cagadas que fazem.

Bem, como é tudo culpa do borderline mesmo, abusamos da sorte. Não tentamos, muitas vezes, nem parar pra pensar. Paramos remédios, esquecemos a terapia, lemos textos e textos mas na hora de botar em prática, nada... (tudo culpa do borderline também). Eu sei que é difícil. Eu sei que é muito mais fácil se entregar, pois o sofrimento é nossa zona de conforto. Não vislumbramos a vida como algo estável, e pior, não nos imaginamos sem sermos este turbilhão de emoções. Cultivamos a dor, compartilhamos lamúrias no facebook, lembramos a todos e a nós mesmos o quanto nos sentimos miseráveis. E esta roda-viva continua indefinitamente.

Eu já escrevi algumas vezes aqui que não somos um transtorno. Eu aprendo isso a cada dia, tentando analisar como funciono, os motivos de minhas reações, sendo elas corretas ou não. Caio, dou 5 passos pra trás mas volto a tentar ir pra frente e, por isso, algumas coisas estão acontecendo na minha vida.

Então, da mesma forma que eu odeio os rótulos que as pessoas nos colocam, também não acho saudável usar o borderline de muleta, pois ele não vai te levar a lugar algum.

O que te leva a algum lugar é o que você vai fazer a respeito disso. 

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* Ah! Resolvi compartilhar com vocês o presente que recebi da Editora Fontanar: o livro "Pare de Pisar em Ovos", a tradução do "Stop Walking on Egg Shells", super vendido nos EUA! Na página TPB aqui do blog vocês podem ler um pouco do que se trata. É um livro para borders e não-borders que tem que lidar com a gente. Vale a pena comprar!
A boa notícia é que o Borderline-Girl vai sortear, em parceria com a Editora Fontanar, dois exemplares deste livro! Logo logo posto as regras.

A mais descabelada tirando foto.

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* O blog Borderline-Girl está de luto pela morte da Wally Martins, blogueira do Re-Tecendo a Vida. Um dos motivos de eu ter decidido escrever este blog foi depois de visitar o dela, cheio de informações não só sobre o TPB, mas também sobre vários outros transtornos. "Peguei emprestado", com a autorização da mesma, muitas idéias, como a música Borderline.
Descanse em paz, querida. Você ajudou muita gente. Eu aqui vou tentar seguir seu exemplo.



5 comentários:

  1. Adorooooo! é amiga tudo é sempre culpa do maldito borderline.. kkkkkkkkkkk
    adorei as associações! beijos

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  2. Adorei o post como sempre! Vejo em vc muita capacidade, muito talento... Adorei a foto com o livro, ficou linda! bjs

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  3. E qual o tratamento para o transtorno de personalidade borderline?
    Vc não estaria se auto rotulando? Que tAL LEVAR A VIDA MAIS NATURALMENTE?
    Desculpe, mas é q convivo c/ uma borderline e tento entendê-la dentro de seu perfil. Tem comportamentos q dificilmente o border vai mudar. Ele é assim e pronto. Não aceita "ideias de mudança". É difícil, mas temos q conviver com ele assim, se adaptando a seu perfil.

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    1. Olá, Edite!

      Existe sim o tratamento para o transtorno: terapia e uso de remédios para controlar os sintomas. Existem muitos casos onde há sim a remissão dos sintomas e o border consegue levar uma vida normal. Posso citar primeiramente a doutora Marsha Linehan, criadora da Terapia Dialética Comportamental (uma das mais eficazes), que é portadora do TPB tendo sido inclusive internada e hoje é uma autoridade no assunto. Eu mesma já li 2 biografias sobre casos pesados em que houve a melhora.
      O border pode sim aprender a controlar suas emoções, mas requer um trabalho contínuo que envolve o paciente e toda sua família.

      Qualquer outra dúvida ou opinião, estou a disposição!

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  4. Oi! To acompanhando seus posts e me deparei tardiamente com esse! Eu frequentava o blog da Wally, e fiquei surpresa pela notícia! Você teria mais informações? Desde já, obrigada!

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