Amigos:

21 de ago. de 2013

Do amor, da amizade e da colaboração





Todo mundo já sabe a luta inglória que me levou a mergulhar com toda a vontade e, por que não dizer, quase com desespero, no “mundo border”. Minha ex namorada, portadora do TPB, me motivou a buscar toda a informação possível a respeito e, esta busca me fez querer ajudar não apenas a ela, mas a quem mais eu pudesse... Nesse caminho, conheci a Fernanda, de quem falei no último post, de quem me orgulho imensamente pela rapidez do progresso na sua busca que se irmana a minha. E muita coisa aconteceu de lá pra cá.

Como todo mundo sabe, o fim do meu relacionamento se deu por conta de uma ação de autosabotagem de minha então namorada que, ao ver-se me prendendo em uma continuidade de situações dolorosas, fez uma postagem dizendo que “apesar de me amar, querer passar a vida a meu lado e precisar de mim, precisava me libertar”. Naquele momento não compreendi a gravidade do pedido de socorro e reagi, não como parceira de border... mas como mulher... apaixonada e cheia de ímpeto de mostrar a ela o quanto significava pra mim... Naquele momento o que eu queria dizer era “Não importa o que você faça! Amo você e estarei ao seu lado!”... o que ela entendeu foi: “Independente do que eu precise fazer, vou livrar você da minha desdita mesmo que tenha que fazer odiá-la por isso!” Resultado: Ela me traiu e o fez de uma forma consideravelmente humilhante... Consequência??? Reagi e fui cobrar explcicações... Desfecho??? Depois de ela me entregar uma garrafa de ácido para que eu fizesse com ela “o que deveria fazer” acabei perdendo o controle e a agredindo. Se estava certa ou não, não vem ao caso... nem eu nem ela precisamos de culpados... No entanto, o que importa é que, mesmo afirmando não acreditar no amor nessa forma pura e incondicional, foi em mim que ela veio buscar socorro quando tudo ficou pior.

Numa sexta-feira qualquer, bateu em minha porta e, como sempre a acolhi. Alimentei-a, a acalmei, a fiz dormir e passado o primeiro choque, conversamos e, naquele momento, vi nela algo que não via há muito tempo... Algo nela queria gritar! Algo nela queria desesperadamente sair!!! Durante a conversa, pude ver a guerra que se travava dentro dela. Por vários momentos, percebi a ausência e o vazio, enquanto em outros percebia-a viva e lutando contra o que havia se instalado nela... Saiu de minha casa, me prometendo que pensaria sim em tudo que eu falei, que ia pensar sim em buscar uma ajuda terapêutica o que, honesttamente, me encheu de esperança de vê-la bem. Segundo relato dela mesma, tão logo saiu día minha casa, o vazio tomou seu espaço (paradoxal essa informação mas....) e não sentia mais nada... Os dias foram se passando sem notícias... Até que alguns dias atrás ela veio a mim novamente... E o que aconteceu, foi um pedido claro de socorro ao qual não poderia jamais ignorar. A aceitei de volta no facebook e propiciei a ela o acolhimento terapêutico necessário, com a devida assistência... Conversamos e ela teve seu momento de lucidez e decidiu dar uma guinada em seu caminho, parar de beber, encarar a terapia a sério e voltar à academia. Isso deveria ser motivo de alegria a todos que a conhecem... mas... NÃO FOI!!! Tão logo saiu da academia, a enxurrada de recriminações por ter voltado ao meu convívio, quase a fez naufragar... 

Felizmente, nossos cuidados para que a recuperação fosse focada nela e não em mim, fez com que, mesmo eu estando na estrada, ela tivesse na Aline, a sustentação necessária para manter-se firme em seu propósito de melhoria e evolução...

Qual minha motivação para estar relatando isso??? Simples! As vezes, não nos aparcebemos do quão danosas podem ser os julgamentos de verdades que conhecemos apenas parcialmente... E, bem... basta pensarmos na seguinte possibilidade: e SE o atendimento a ela não tivesse sido estruturado solidamente??? E se não tivessemos tido o cuidado de não embasar o processo no relacionamento dela comigo??? E se nós não tivessemos tomado o cuidado de deixar um outro sustentáculo para ela???

Não tenho o devaneio de acreditar que ela jamais terá um dia de crise, ou de retrocesso.... Recaídas existem... em todos os processos patológicos. Eu, fibromiálgica em franca remissão, tive a minha recaída e me vi, mais uma vez precisando de quem fizesse minha comida, limpasse minha casa e me ajudasse até a tomar banho... Mas, honestamente? Meus amigos (obrigada Alines, Márcio, Eilan, Di, Faby, Nelinha, Ana Paula e outros tantos!!!) me deram o suporte necessário e eu pude ver o quanto isso foi importante... agora... você que convive com uma patologia, tem o cuidado de não desconstruir os avanços??? Ou de valorizar os avanços???

Boa noite de reflexão!


PS: Gracias a la vida pelos amigos maravilhosos que me deu!!!







2 comentários:

  1. Um grão de areia, parece insignificante sozinho, mais não zombe da criação divina, pois juntando vários graus de areia, se pode até marcar o tempo..... grão de areia .. Sustentáculo de grandes exércitos em marcha a união e a liberdade. Juntos se pode mudar o mundo. Sozinhos somos apenas grãos. Iniciativas como amizade, apoio e união faz sorrir os anjos e chorar os ...

    Parabens pelo seu ato, e por muitos outros que sei que esta reallizando.

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    Respostas
    1. Obrigada Camila! Realmente tivemos muitos avanços nos ultimos tempos.... quem sabe em um proximo post eu nao os relate novamente??? Valeu o apoio!

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